A
moagem de trigo no estado de São Paulo em 2018 não apresentou grande
crescimento em relação ao volume produzido no ano anterior, segundo números
divulgados pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). O
levantamento mostrou que o setor fechou o ano passado com o volume estimado de
1,65 mi toneladas, pouco acima de 2017 quando a moagem total foi de 1,62 mi
toneladas.
“Não
constatamos uma evolução no volume da moagem de trigo no estado. O ano foi
marcado por uma elevação significativa da matéria-prima, muita dependência do
trigo importado, estoques altos, além da greve dos caminhoneiros. Neste
cenário, os moinhos não conseguiram repassar toda a necessidade de aumento de
custo”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São
Paulo (Sindustrigo), Christian Saigh.
Segundo
ele, os resultados financeiros do ano passado foram catastróficos e refletiram
o momento da economia nacional, onde o aumento do desemprego influenciou
diretamente o consumo. “O movimento nas padarias, por exemplo sofreu uma queda
muito forte, que não pode ser compensanda”, destaca ele.
“Nós
do Sindustrigo temos trabalhado arduamente nos últimos anos em busca de
melhorar o cenário produtivo e fiscal do setor moageiro de São Paulo, por meio
de ações que envolvem toda a cadeia produtiva, como a Câmara Setorial, e também
movimentações junto ao governo estadual buscando a equalização de alíquota de
ICMS. Essas iniciativas auxiliam no desenvolvimento do setor e também na
melhora do produto que é fornecido ao mercado”, ressalta o presidente.
Ao
longo dos últimos anos a Câmara Setorial promoveu uma união da cadeia
produtiva, visando a homogeneidade do grão produzido no estado, fator que
auxiliou na melhora na rentabilidade e na qualidade do trigo entregue aos
moinhos. “São Paulo é o maior mercado consumidor do Brasil e nossa indústria é
dependente do trigo importado, pois não temos um volume produtivo que atenda a
demanda dos moinhos. Esse é o nosso foco de trabalho, garantir um aumento da
produção com a qualidade exigida pelo mercado”, enfatiza Saigh.
Primeiro
trimestre
O
primeiro trimestre de 2019 não foi muito positivo para o setor de moagem de São
Paulo, principalmente pela contínua retração do mercado em relação ao consumo.
O volume baixo de comercialização, impactado pela alta do preço do trigo e do
câmbio, gerou aumento de custos aos moinhos que não foram repassados em sua
totalidade ao preço de venda.
“O
mercado não absorve mais preços acima dos que estão sendo praticados e esse
cenário para a indústria é muito ruim, pois a margem está muito comprimida, em
alguns momentos até negativa”, destaca Saigh.
Segundo
ele, os meses de janeiro e fevereiro, devido às férias e o carnaval foram ainda
piores, mas o mês de março apresentou uma leve melhora “Março foi um pouco
melhor em termos de preço. Conseguimos reajustar nossos produtos em 5%, aquém
da necessidade e com volume ainda reduzido. Além disso, registramos uma leve
melhora nas padarias, com a volta do movimento, o que representa que o
consumidor voltou a comprar”, analisa ele.
“Acredito
que o nosso maior desafio neste ano será conseguir vender os produtos a preços
que justifiquem a reposição dos estoques. Com a melhora da economia e uma
possível redução nos números de desempregados no país, temos uma tendência de
aumento de consumo, o que gera um cenário mais positivo para as indústrias
moageiras”, finaliza o presidente do Sindustrigo.
Sobre
o Sindustrigo
O
Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo) é uma
instituição de mais de 70 anos e tem como objetivo principal a coordenação, a
proteção e a representação legal das categorias econômicas e setores
relacionados a esse importante segmento da cadeia alimentícia que é a indústria
do trigo do Estado de São Paulo.
Representando
10 dos principais moinhos do estado, o Sindustrigo tem trabalhado pelo engrandecimento
social e econômico dessa categoria enfrentando grandes desafios, mas sobretudo,
garantindo a efetividade de suas ações.
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