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Cadeia produtiva discute novos rumos para o trigo paulista em Seminário Técnico

Com o objetivo de reunir a cadeia produtiva do trigo para debater os desafios do setor, a Biotrigo promoveu no dia 19 de fevereiro, na cidade de Itapeva (SP) o 1º Seminário Técnico do Trigo de São Paulo. O evento reuniu cerca de 150 pessoas entre produtores de sementes, multiplicadores, cerealistas, técnicos, moinhos e triticultores do estado.


“O estado de São Paulo apresenta uma situação atípica, mas positiva em relação ao restante do país, pois apesar de não ser a maior área de produção, possui o maior centro consumidor. Neste cenário, tivemos uma sinalização por parte da indústria de que interessa a eles a compra do trigo produzido no estado. Esse evento marca esse momento que o trigo do estado está vivendo, de comunhão entre os elos”, avaliou Fernando Michel Wagner, gerente Regional Norte (PR, SP, Cerrado, Paraguai e Bolívia) da Biotrigo Genética.


Entre os temas que foram debatidos no evento estão o resultado do avanço em pesquisas realizadas para combater doenças de difícil controle; dinâmica da formação do preço do cereal e impactos do mercado internacional; qualidade industrial na visão da cadeia produtiva; cultivares recomendadas para a região e os impactos positivos que a produção do trigo pode trazer para toda a cadeia produtiva de São Paulo.


Para o presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo), Christian Saigh esse evento foi importante para todo o setor paulista, pois uniu os elos da cadeia e apresentou variedades de trigo que garantem produtividade no campo e que agradam a indústria moageira. “Muito importante a realização desse Seminário em nosso estado, na cidade de Itapeva, que representa uma região de muito trigo. Aqui estão as quatro maiores cooperativas do estado, que representam mais de 70% da comercialização do trigo. Sem dúvida foi uma excelente oportunidade, tendo em mente que daqui 30/45 dias os produtores estarão escolhendo o que vão plantar”, destaca.


Palestras
O processo de desenvolvimento das cultivares de trigo, o combate  as doenças de difícil controle e a importância da troca de informações com o campo e com as indústrias foi tema da palestra “Novos conceitos para a evolução da cadeia produtiva”, apresentada pelo fitopatologista Paulo Kuhnem, pela supervisora de qualidade, Kênia Meneguzzi e pelo engenheiro agrônomo, Deodato Matias Junior, supervisor comercial da Biotrigo Genética/SP.


“Colocar uma nova cultivar de trigo no mercado demanda cerca de 10 anos de pesquisa. Procuramos estar ao lado do produtor, dos moinhos e da indústria para identificar as principais necessidades de cada elo da cadeia produtiva. São Paulo tem potencial para produzir trigo dentro dos parâmetros de qualidade industrial e do consumidor final”, disse Kênia.


Deodato apresentou as cultivares desenvolvidas pela Biotrigo que atualmente ocupam 85% da área semeada no Brasil e que estão aptas para serem semeadas em São Paulo. “Trigos com ciclos precoces, como TBIO Audaz, e superprecoce, TBIO Sonic, têm ganhado espaço entre os agricultores, pelo maior nível de resistência às principais enfermidades e alta qualidade industrial. O projeto TBIO Noble traz uma cultivar de alto valor agregado por se tratar de um branqueador/melhorador. Essa característica permite que ele seja um ‘coringa’ dentro do moinho, corrigindo a mescla quando adicionado. Tudo isso por ter dentro do projeto um ponto determinante: a segregação. Assim, mantém sua identidade sendo altamente valorizado pela indústria”, finaliza Deodato. Também foi apresentado o posicionamento técnico dos trigos já consolidados em São Paulo, TBIO Toruk e TBIO Sossego.



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