Notícias do Sindustrigo

Estratégias são debatidas no 26º Congresso Internacional da Indústria do Trigo

Durante os dias 22, 23 e 24 de setembro, os principais players da cadeia do trigo se reuniram para participar da 26ª edição do Congresso Internacional da Indústria do Trigo, realizado no Hotel Royal Palm Plaza, em Campinas (SP), e debater os desafios da indústria moageira no atual cenário macroeconômico, além da conjuntura internacional.

 

  

Para a sua palestra inaugural, o Congresso convidou a jornalista Eliane Cantanhêde para apresentar ao público um panorama político e econômico. Na ocasião, Cantanhêde afirmou que “o Brasil tem todas as condições e forças políticas para ser um grande país”. Cantanhêde também reforçou a importância da agricultura brasileira e a destacou como sendo uma das três maiores do mundo. "A agricultura brasileira precisa ser um case. A nossa área agrícola é muito moderna, trabalha com máquinas de primeira linha e traz uma sucessão de trabalhadores mais sofisticada profissionalmente e culturalmente”, pontuou.

 

 Na manhã seguinte, a abertura do Congresso Internacional da Indústria do Trigo abordou a importância do agronegócio brasileiro para o mundo. Autoridades e representantes do setor  participaram do evento que iniciou o dia com a apresentação de Flávio Bettarello, Secretário Adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - SCRI/MAPA. Ele destacou em sua apresentação ações em discussão sobre a classificação de trigo, quotas de importação, além de explanar sobre o cenário atual do setor e os desafios da sustentabilidade.

 

Em seguida foi apresentado o painel “Agronegócio” por Marcos Jank, professor sênior de Agronegócio Global, do Insper, que mostrou um panorama da agricultura global e o papel do trigo nesse cenário como o principal produto das importações brasileiras. Jank destacou a “tropicalização” pela qual passa o grão, com tecnologias que viabilizam o plantio em áreas que antes não eram utilizadas com esse propósito.


Mercado do Trigo


Na tarde de 23 de setembro, o público voltou à plenária para debater sobre as micotoxinas, tema da primeira mesa redonda do dia, mediada pelo engenheiro agrônomo Jeferson Caus, da Agrária Agroindústria, que contou com a participação das palestrantes Casiane Tibola, pesquisadora da Embrapa Trigo, e Ligia Lindner Schreiner, gerente de Avaliação de Risco e Eficácia da ANVISA.


O ponto central da ação foi a regulamentação das micotoxinas e estratégias integradas e eficientes para minimizar a contaminação, tanto na lavoura, com o uso cultivares mais resistentes, cuidados na semeadura, monitoramento de clima, uso de fungicidas e colheita, como no processamento com limpeza, polimento do grão, na moagem e na panificação. Com um controle rigoroso é possível produzir alimentos seguros, atender requisitos da legislação, além de viabilizar a produção de trigo.


A programação contou também com uma mesa redonda moderada pelo presidente do Sindustrigo, Valnei Origuela. Dentre os assuntos debatidos no painel estava a conjuntura do grão e visão de futuro da cadeia, além de uma análise sobre a rentabilidade das operações de moagem e comercialização da farinha de trigo. Participaram do debate Roberto Sandoli Júnior, da consultoria INTL FCStone, Honório de Tofoli, do Moinho Anaconda, e Serge Momus - Eurogerm Ingredients&Solutions. 


Para finalizar a programação do segundo dia, os participantes do Congresso puderam conferir o painel “Acordos de livre comércio do Mercosul e o Agronegócio”, moderado pelo Embaixador Rubens Barbosa - Presidente Executivo da Abitrigo, com a participação de Flávio Bettarello, da SCRI/MAPA, que trouxe para discussão a proposta de implantação de quota sem tarifa para importação de até 750 mil toneladas/ano de trigo de origens de fora do Mercosul. A medida terá como objetivo diversificar as origens do trigo importado no Brasil.


Consumo do trigo e suas mudanças


A manhã de 24 de setembro começou com o painel “Mercado consumidor e a mudança de hábitos de consumo”, que contou com a moderação do Rogério Tondo, vice-presidente do Conselho da Abitrigo e os palestrantes João Dornellas, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), Cláudio Zanão, presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) e Giovani Mendonça, diretor executivo da ABIP – Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria.

 
Foram apresentadas as mudanças de hábito do consumidor e que impactam no setor, como a busca por produtos fitness, pães de fermentação longa e com muitos grãos,  aumento de veganos e vegetarianos, e maior observação de rótulos e matérias-primas das receitas. Segundo os executivos, a indústria precisa entender e atender essa  demanda tão exigente e criteriosa.

 

 Para encerrar a 26ª edição do Congresso Internacional da Indústria do Trigo, os participantes acompanharam o último painel “Trigo: Visão internacional - EUA, Argentina,  Paraguai, Rússia e Brasil” com moderação do Embaixador Rubens Barbosa. O painel contou com a participação de Rubén Zoz, presidente da UNICOOP - União de Cooperativas  do Paraguai; Vince Peterson, presidente US WHEAT; Bart Swankhuizen, diretor da Sodrugestvo, da Rússia; Jesús Silveyra, sub secretario de Mercados Agropecuarios de la  Nación, da Argentina e Robson Mafioletti, superintendente OCEPAR, sistema que reúne as cooperativas do Paraná.

 

Na oportunidade, eles traçaram um panorama do cenário atual do trigo no Brasil e nos países citados. A chegada do grão russo e a volta do cereal americano mexerão na disputa com a Argentina pela hegemonia do mercado de trigo do Brasil, um dos maiores importadores da commodity do mundo.