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Alta dos preços e boa produção geram expectativa de excelente safra de trigo

As colheitadeiras estão em ritmo acelerado nos campos da região central, para a colheita do trigo. Com os preços em alta e boa produtividade registrada, os produtores rurais estão na expectativa de que a atual safra de inverno tenha o melhor resultado dos últimos anos.


O agricultor Jardel Palma plantou 98 alqueires e finalizou a colheita do primeiro lote na região de Santa Luzia, área rural de Ivaiporã. Ele disse que a expectativa era uma produção média entre 130 e 140 sacas por alqueire, que é considerada uma ótima média de produção, se forem levadas em conta as dificuldades enfrentadas pelos produtores na atual safra, como por exemplo, o grande número de dias sem chuva. Jardel disse que houve muita dificuldade em controlar alguns tipos de plantas invasoras, o que foi bem complicado. Mas que os bons preços que estão sendo praticados devem compensar todo o trabalho.


O agricultor Cleber Matias Baggio plantou 90 alqueires e ressalta que a expectativa de produção do trigo é boa, que o preço está acima do esperado para essa fase da safra e reconhece que esse cenário de boa produção e bons preços nunca houve para as lavouras de trigo. “A nossa expectativa é conseguir ganhar algum dinheiro”, frisou.


O gerente da unidade da Coamo de Ivaiporã, Domingos Carlos Fontana, informou que o ano tem sido excepcional para as lavouras de trigo, assim como foram para a soja e milho. “O trigo está produzindo bem, com preço excelente e boa produtividade, na maioria das lavouras”, arma. A Coamo está estipulando uma média de 135 sacas por alqueire na região de Ivaiporã, mas alguns produtores conseguiram colher cerca de 190 sacas por alqueire, em determinados lotes. O preço é um dos maiores já registrados para a cultura. Na segunda-feira, dia 21 de setembro, o trigo pão tipo 1 estava cotado a R$ 63,50 a saca de 60 quilos.


O preço do trigo, a exemplo da soja e do milho, é influenciado pela alta do dólar e o produtor está segurando o produto, ocasionando uma demanda de compra. Além disso, o mercado mundial de trigo está aquecido, já que, na semana passada, o Egito e a Índia compraram no mercado mundial. “Com a cotação do dólar acima dos R$ 5, o produto brasileiro fica atraente e, com isso, os preços pagos ao produtor estão subindo”, disse Fontana.


Outro fator positivo é a melhora da qualidade do trigo produzido na região. Cerca de 99% do trigo colhido até o momento se enquadra como pão tipo 1, que é o mais desejado pelos moinhos e, portanto, tem o maior preço. 


Para o gerente da Coamo, o único problema que está ocorrendo na atual safra tem referência à dificuldade de recebimento, em função da alta umidade que está chegando o grão colhido para armazenamento. Em 2019, a média de umidade que chegava à Coamo era de 14.2; nesse ano, a umidade está em torno de 19%. Quanto maior a umidade, maior tempo o grão precisa ficar no secador, antes de ir para a armazenagem nos silos.


Ele lembra que isso está ocorrendo, porque o plantio ocorreu quando o tempo estava seco e, com isso, o crescimento das plantas ocorreu de forma desigual. No entanto, isso não tem afetado a qualidade e, até o momento, a cooperativa tem dado conta de receber a safra. 


Fonte: Jornal Paraná Centro


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