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Avanço da colheita de trigo colabora para elevar a safra recorde

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua estimativa para a produção brasileira de trigo este ano e, com isso, passou a estimar uma colheita recorde de grãos ainda maior no país na temporada 2019/20, que está em fase adiantada de colheita das lavouras de inverno.

De acordo com nova pesquisa da estatal divulgada ontem, o volume total deverá alcançar 251,4 milhões de toneladas, quase 1 milhão a mais que o projetado em junho e volume, se confirmado, 3,9% superior ao do ciclo 2018/19. Em geral, a área plantada aumentou 4% entre as safras, ao passo que a produtividade média deverá se manter estável em 3.822 quilos por hectare.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também ontem divulgou um novo levantamento, a colheita chegará a 247,4 milhões de toneladas, com avanços de 0,6% em relação à previsão do mês passado e de 2,5% ante a do ano passado.

O aumento da estimativa da Conab reflete sobretudo o melhor cenário traçado para o trigo. Com preços atraentes, impulsionados pelo câmbio, e clima até agora favorável, a Conab passou a prever a colheita do cereal este ano em 6,3 milhões de toneladas, 11% mais (ou 626 mil toneladas) que o calculado em junho e volume 22,5% superior ao de 2019. A área plantada cresceu 13,7% nesta safra, para 2,3 milhões de hectares, e a produtividade média esperada chega a 2.723 quilos por hectare, em alta de 7,8%.

“Na região Sul, depois de enfrentar uma expressiva redução nas safras de soja e milho, a área de trigo deve aumentar 15,5% em comparação à safra passada. A passagem do ciclone bomba no final de junho, de maneira geral, não trouxe prejuízos às lavouras, por estarem em fase inicial de desenvolvimento”, diz a Conab.

Apesar do forte aumento da produção doméstica, a estatal manteve inalterada, em 7,3 milhões de toneladas - 300 mil a mais que no ano passado -, sua projeção para as importações brasileiras de trigo. Isso porque os estoques estão baixos e a demanda por alimentos básicos continua aquecida no país.

Para a colheita da segunda safra de milho, em contrapartida, a Conab reduziu sua estimativa para 73,5% milhões de toneladas, cerca de 700 mil a menos que o calculado em junho mas volume ainda 0,5% superior ao do ciclo 2018/19. Assim, no total (primeira e segunda safras) o Brasil deverá colher 100,6 milhões de toneladas, um avanço também de 0,5% ante a temporada passada.

No caso da soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro cuja colheita foi encerrada no primeiro semestre, a estimativa da Conab passou a ser de 120,9 milhões de toneladas, 0,4% mais que o projetado em junho e resultado recorde 5,1% maior que o de 2018/19.

Também colaboram para que a colheita total de grãos no país seja a maior da história em 2019/20 aumentos ante 2018/19 previstos para as colheitas de arroz (6,5%, para 11,2 milhões de toneladas), algodão em caroço e em pluma (4%, para 4,3 milhões e 2,9 milhões de toneladas, respectivamente) e feijão (4,6%, para 3,2 milhões de toneladas). 

Fonte: Valor Econômico


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