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Commodities: Corte de produção na Rússia dá impulso às cotações do trigo em Chicago

O corte de produção de grãos na Rússia deu impulso às cotações do trigo nesta terça-feira na bolsa de Chicago. Os contratos futuros com entrega em setembro subiram 0,68%, ou 3,5 centavos de dólar, e fecharam a US$ 5,1875 o bushel.

Após um início de semana turbulento, quando os preços rastejaram no menor patamar desde outubro, aos poucos as cotações sobem alguns degraus. Na quarta-feira, os mesmos papéis já haviam registrado alta de 2,74%.

Segundo o analista Jonathan Pinheiro, da consultoria Safras & Mercado, de fato foi a redução da estimativa da Rússia para sua colheita de grãos — para 120 milhões de toneladas este ano, das 125 milhões previstas anteriormente —, por causa de uma seca, que abriu as portas para a recuperação.

“Com a quebra de safra, é provável que aconteça também um corte nas exportações, o que favorece o cereal americano”, disse Pinheiro ao Valor.

No mercado de milho, os preços fecharam em baixa pelo segundo pregão consecutivo. Os contratos para setembro recuaram 0,39%, ou 1,25 centavo de dólar, e encerraram a sessão a US$ 3,23 o bushel.

O volume de estoques de etanol nos Estados Unidos, que no país é feito a partir de milho, pesa sobre as cotações. Segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês), os estoques ficaram em 23,62 milhões de barris na quarta-feira, recuo semanal de 564 mil barris mas nível elevado.

O mercado também acompanha o ritmo acelerado do cultivo de milho da safra 2020/21 nos EUA, o que é outro fator negativo para os preços.

Ainda na bolsa de Chicago, o aumento expressivo das exportações americanas de soja na última semana não foi suficiente para oferecer suporte para as cotações. Os contratos para agosto caíram 1,27%, ou 10,75 centavos de dólar, a US$ 8,385 o bushel.

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o saldo líquido de vendas de soja pelos EUA no ciclo 2019/20 somou 1,2 milhão de toneladas até a semana encerrada em 14 de maio. O volume é 99% superior ao comercializado na semana anterior e 80% maior que a média das últimas quatro semanas.

Mas, de acordo com o analista Karl Setzer, da consultoria Agrivisor, a perspectiva de clima favorável às plantações no cinturão produtor dos EUA é uma âncora que puxa os preços para baixo. "As previsões para os próximos 90 dias indicam melhores condições para o cultivo nos EUA, o que pressiona as cotações dos grãos em Chicago", disse Setzer à Dow Jones Newswires.

Fonte: Valor Econômico


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