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Commodities: Estoques elevados pressionam cotações do trigo

A aproximação da publicação do novo relatório de estoques e área plantada com grãos nos EUA, previsto para a próxima terça-feira, pressionou as cotações do trigo na bolsa de Chicago no encerramento da semana. Nesta sexta-feira, os lotes do cereal com vencimento em setembro caíram 2,56% (12,5 centavos de dólar), para US$ 4,7575 o bushel.

Em 11 de junho, quando foi divulgado o relatório de oferta e demanda do USDA, o mercado se surpreendeu com o aumento nas estimativas de produção e estoques para o mercado de trigo na safra 2020/21, e o sentimento segue vivo entre os fatores baixistas para as cotações do grão.

À Dow Jones Newswires, o analista Dave Marshall, da First Choice Commodities, disse que “a percepção do mercado é que vamos nadar em superávits de grãos até onde os nossos olhos podem ver”, o que estimula os fundos especulativos a adotarem posição vendida (de aposta na baixa dos preços) para essas commodities — especialmente o trigo.

Analistas consultados pelo “The Wall Street Journal” projetam os estoques do cereal nos EUA até 1° de junho em 26,64 milhões de toneladas. Em seu último relatório trimestral, com dados até 1º de março, o USDA informou que os estoques eram de 38,43 milhões de toneladas de trigo.

No mercado da soja, os lotes para julho fecharam com recuo de 0,49% (4,25 centavos de dólar), a US$ 8,65 o bushel. Enquanto os papéis para agosto foram cotados a US$ 8,60 o bushel, recuo de 0,75% (6,5 centavos de dólar).

Apesar do anúncio da venda de 132 mil toneladas de soja americana para a China pelo Departamento de Agricultura do país (USDA) nesta sexta-feira, a soja não encontrou pilar forte o suficiente para se sustentar.

Em relatório, a consultoria ARC Mercosul avaliou que as compras de soja proveniente de Washington por Pequim foram pouco expressivas no somatório da semana, em razão do feriado no país.
A previsão climática, majoritariamente favorável às lavouras dos EUA nas próximas semanas, também não abriu espaço para movimentos altistas em Chicago, segundo a ARC Mercosul.

Ainda em Chicago, os contratos futuros de milho com vencimento em setembro fecharam a US$ 3,1925 o bushel, com queda de 0,39% (1,25 centavo de dólar).

Os preços seguem sem força para subir diante das incertezas quanto à demanda pelo cereal, tanto nos EUA (para a fabricação de etanol e destinação para ração), quanto no mercado externo.

Os investidores dos mercados de soja e milho também aguardam pela publicação do relatório de estoques e área plantada do USDA da terça-feira. No caso da soja, espera-se um incremento na área planejada para a safra 2020/21, conforme a ARC Mercosul. Na de milho, redução.

Fonte: Valor Econômico



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