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Commodities: Melhora nas lavouras americanas pressiona cotações dos grãos

Os preços dos grãos despencaram na bolsa de Chicago nesta terça-feira, pressionados pela melhora nas condições das lavouras americanas.

Enquanto os contratos da soja para setembro caíram 1,48%, ou 13,25 centavos de dólar, e fecharam a US$ 8,7975 o bushel, os de milho para dezembro recuaram 2,44%, ou 8 centavos de dólar, a US$ 3,2025 o bushel. Já os papéis do trigo para setembro caíram 2,45%, ou 13 centavos de dólar, negociados a US$ 5,0825 o bushel.

No caso da soja, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou que as lavouras da oleaginosa em boas condições representavam 58% da área total até domingo, avanço de 1 ponto percentual da semana anterior. No ano passado, o percentual estava em 45%. As áreas consideradas excelentes ficaram em 15%, mesmo percentual da semana passada. No mesmo período ano passado eram 9%.

“Muito pouco da safra foi mal classificada ... dadas as perspectivas atuais do clima, esses números também devem mudar muito pouco na próxima semana”, disse Karl Setzer, da AgriVisor, à Dow Jones Newswires.

Em outra ponta, a StoneX divulgou nesta terça-feira novas estimativas sobre soja no Brasil. Segundo a consultoria, as exportações brasileiras deverão alcançar 81 milhões de toneladas em 2020/21, 1 milhão de toneladas a mais que o estimado anteriormente e também maior que as 74,7 milhões de toneladas embarcadas em 2019/20. O recorde de embarques foi registrado em 2018, quando o Brasil exportou 83,8 milhões de toneladas.

A consultoria também elevou sua estimativa de produção para 122,87 milhões de toneladas ante 122,6 milhões de toneladas calculadas anteriormente.

No mercado de milho, o USDA informou que as lavouras se mantiveram nas mesmas condições da semana anterior. Até domingo, as que estavam em boas condições representavam 55% do total. No ano passado, o percentual estava em 47%. As áreas consideradas excelentes estacionaram em 17%, 7 pontos percentuais acima de igual período do ano passado. Já as áreas consideradas satisfatórias ficaram em 21% do total. Em igual época da safra passada, representavam 30%. 

“Já certos de que a safra americana se desenvolve em boas condições gerais, os operadores agora estimam o quão grande será a oferta de soja e milho nos Estados Unidos”, afirmou, em relatório, a consultoria ARC Mercosul.

Para o trigo, o USDA informou que 22% da área do cereal de primavera estava em condições satisfatórias, recuo semanal de 2 pontos percentuais até domingo. A média de um ano atrás era de 22%.

A área em condições boas chegou a 62%, avanço de 2 pontos percentuais em comparação com a semana passada, enquanto em igual período do ano passado era de 63%.

Além da melhora nas condições das lavouras dos EUA, o analista Jonathan Pinheiro, da consultoria Safras & Mercado, disse na segunda-feira que o mercado vem repercutindo “uma melhora na oferta de alguns países como Austrália e Rússia, acompanhada de uma demanda inferior pelo trigo americano”, afirmou, ao Valor.

“Com esse cenário há uma preocupação com a limitação do crescimento da demanda, devido à pandemia”, acrescentou. 

Fonte: Valor Econômico


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