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Como o El Niño impacta no Trigo nacional?

Após três anos de influência no clima global, chegou ao fim o fenômeno climático La Niña. Com isso, tem início a transição para o El Niño, que deve elevar as temperaturas em todo o planeta ao longo do 2º semestre de 2023. Os efeitos desse evento climático podem durar até 18 meses.


Conhecido, sobretudo, por seu impacto na agricultura, o El Niño é um fenômeno meteorológico que apresenta como principais efeitos o excesso ou falta de chuvas, dependendo da região, e temperaturas acima da média. 


No Brasil, o El Niño impacta as regiões do país de maneiras diferentes. O Norte e o Nordeste registram redução nas precipitações. No Centro-Oeste ocorre irregularidade nas chuvas. Já no Sudeste, há um aumento nas temperaturas e, no Sul, passa a ter mais abundância das chuvas, além de aumento na temperatura. Como o El Niño impacta no Trigo nacional?O El Niño pode se manifestar de diferentes intensidades e assim gerar diferentes prejuízos. No caso do fenômeno ter força de moderada a leve, as consequências esperadas na agricultura serão mais fracas. Ainda é cedo para quantificar essa intensidade, sendo este um momento para os produtores se prepararem para tais alterações climáticas, como ficar de atento nas condições meteorológicas e fenômenos climáticos na sua região; conhecer bem sua propriedade e sua lavoura, fazer um bom planejamento da sua atividade agrícola; anotar ou registrar suas atividades agrícolas; e, principalmente, monitorar sua lavoura e protegê-la dos efeitos do El Niño no Brasil.


Todas essas mudanças climáticas afetam a produção brasileira, já que 80% da produtividade agrícola do país depende do clima. Na prática, tanto a redução das chuvas em estados como o Norte, Nordeste e a irregularidade no Centro-oeste podem levar a quebra de safra pela seca enquanto que em regiões como o Sul, o aumento das chuvas pode reduzir a produtividade, principalmente de cereais de inverno, aumentando a incidência de doenças, reduzindo a qualidade do produto e dificultando a colheita.


O trigo é uma das culturas que mais poderá sofrer os impactos da mudança de La Niña para El Niño. Isso porque dependendo da região plantada, a irregularidade das chuvas ou o aumento da mesma pode afetar desde a germinação das sementes até a colheita. 


No caso do Centro-oeste, onde já há trigo semeado ou iniciando a sua semeadura, a irregularidade pode afetar a disponibilidade hídrica em momentos críticos da cultura, reduzindo a sua produtividade. Já para o Sul do país, assim como para países vizinhos (Argentina e Paraguai), o aumento do volume de chuvas, principalmente em plantios mais cedos, prejudica a colheita e reduz a qualidade tecnológica dos grãos, o que impacta diretamente no peso hectolitro (ph).


O aumento das temperaturas, principalmente no período de florescimento no trigo, também pode levar ao fenômeno denominado de golpe de calor, causando a esterilidade das espiguetas e assim reduzindo a quantidade de grãos produzidos.


Ainda, nessas regiões, o aumento da umidade aliado ao aumento da temperatura acentua a incidência de doenças foliares, como oídio, manchas foliares, ferrugem e brusone, além da giberela, doença de espiga que é responsável pela queda também da qualidade do cereal.


Fonte: Digi Farmz


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