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Estiagem/FARSUL: chuvas desta semana serão insuficientes para estancar perdas

As chuvas previstas para esta semana no Rio Grande do Sul serão insuficientes para estancar nas lavouras as perdas causadas pela estiagem prolongada, avalia o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz. “Precisamos de muito mais chuva do que temos recebido”, disse ele ao Broadcast Agro. A expectativa, conforme a Secretaria de Agricultura, é de 15 a 50 milímetros de chuva na maioria das áreas.


Para Luz, a preocupação no momento é atenuar a situação desfavorável a novas floradas, a fim de evitar queda ainda maior na produtividade. De acordo com a Emater-RS, até o último dia 16, cerca de 30% do cultivo de soja no Estado estava em fase de floração, enquanto 7% estavam em enchimento de grãos e 63% ainda em germinação e desenvolvimento vegetativo. Para o milho, a entidade estimou 25% em fase de maturação, 26% de enchimento de grãos, 8% em floração e 14% em germinação e desenvolvimento. “Estamos em um ponto nevrálgico da safra, se não chover, perdemos muito mais”, disse Luz.


A Farsul se reunirá nesta quarta-feira (26) com os Sindicatos Rurais do Estado para fazer o levantamento de perdas causadas pelas condições climáticas. “Como tivemos algumas chuvas, chegou o momento de fazer um levantamento para ver o que pode ser salvo, vamos calcular os efeitos na economia, em termos de Produto Interno Bruto (PIB), e consequências para a indústria e o setor de serviços”, disse o economista-chefe. Segundo ele, os dados devem ser divulgados na próxima semana.


De acordo com levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS), mais de 253 mil propriedades já registraram perdas causadas pela seca prolongada. Para a soja, a entidade estima quebra de 25% a 45% nas lavouras, com diminuição de R$ 29,51 bilhões no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS). Para o milho, são estimadas perdas entre 15% e 65%, com quebra de R$ 6,62 bilhões no VBP.


Segundo o economista-chefe da Farsul, este cenário pode se deteriorar ainda mais caso o regime de chuvas não se estabilize no Estado. “A cada R$ 1,00 produzido na agricultura, outros R$ 3,20 são produzidos em outros setores, e o mesmo vale para as perdas, então o problema é bem complexo e todos os 497 municípios do Estado terão dificuldades”, afirma.


Fonte: Broadcast


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