O Ministério da Agricultura da Rússia informou na 2ª feira
(14.mar.2022) que colheu 23 milhões de toneladas de trigo entre o início do ano
agrícola, em 1º de julho de 2021, até 10 de março deste ano. O volume é 30,9%
menor se comparado ao mesmo período entre 2020 e 2021. As informações são da
agência de notícias russa RT.
Outras produções agrícolas do país também registraram quedas
no período, como o milho (21,7% a menos, ou 1,8 milhão de toneladas) e a cevada
(34,7%, ou 2,9 milhões de toneladas).
De acordo com dados de 2019 do OEC (Observatório da
Complexidade Econômica, na sigla em inglês), a Rússia é a maior exportadora do
grão no mundo (com colheita equivalente a US$ 8,14 bilhões), seguida dos
Estados Unidos (US$ 6,94 bi), Canadá (US$ 5,97) e a França (US$ 4,54 bi).
A Ucrânia, que trava guerra contra o Kremlin, vem em 5º
lugar, com US$ 3,11 bilhões. Juntos, os países são responsáveis por cerca de
30% da produção anual de trigo.
A commoditie foi uma das mais afetadas pelo conflito em
curso, com alta superior a 22,5% no mercado internacional na 1ª semana de
guerra.
Segundo a Tass, o Ministério da Indústria e Comércio do país
restringiu a exportação de trigo, centeio, milho e cevada até 30 de junho para
os países-membros da UEE (União Econômica Eurasiática). Já a venda de açúcar
branco e açúcar bruto foram suspensos até 31 de agosto.
A UEE, formada por ex-repúblicas da União Soviética, mantém
status comercial especial e isento das cotas de exportação da Rússia. Além de
Moscou, também compõem o bloco Armênia, Belarus, Cazaquistão e Quirguistão.
Segundo a vice-primeira-ministra russa Victoria Abramchenko,
porém, o país continuará a fornecer licenças de exportação em caráter especial
para comerciantes dentro de sua cota atual.
“Essa é uma medida temporária para manter os volumes no país. Vai possibilitar a manutenção dos preços e cobrir as necessidades dos consumidores domésticos e das empresas produtoras“, disse Abramchenko pelo Telegram.