A volatilidade alta dos preços internacionais deve continuar das próximas semanas em função das incertezas quanto a oferta global. Essas percepções da disponibilidade do produto serão avaliadas a partir da consolidação dos números da colheita do trigo de primavera, bem como, da expectativa de plantio do cereal de inverno para o ano que vem. Além disso, os desdobramentos do fluxo logístico no Mar Negro e a sustentação do acordo também adicionarão previsibilidade no balanço global da commodity.
Conforme dados divulgados pela consultoria Agro do Itaú BBA, no Brasil, a safra paranaense deve começar a aumentar a disponibilidade nas próximas semanas, esse fator poderá exercer pressão momentânea às cotações locais. Vale destacar que preços mais arrefecidos, e uma eventual volatilidade cambial pode colocar o cereal no radar dos compradores internacionais, gerando um piso às cotações locais.
Ainda no radar, as geadas no mês de agosto ainda podem acontecer, como no ano passado, que atingiram as lavouras do Sul. Principalmente no Rio Grande do Sul, onde as lavouras estarão em estágios críticos de florescimento, pode haver perdas relevantes de produtividade. Para a indústria, os pagamentos dos auxílios governamentais à população ainda podem garantir um consumo aquecido dos farináceos e manter os atuais níveis de preços do produto. E com as cotações da matéria-prima perdendo força, uma janela para melhores margens e formação de estoques parece se abrir para o setor.
Fonte: Agrolink