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Acordo Mercosul-UE será um dos destaques na pauta do maior congresso nacional de trigo

São Paulo – “O impacto do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia será grande em nossa indústria e nas cadeias produtivas do agronegócio, considerando a possibilidade de exportarmos muitos produtos sem tarifas e de importarmos livremente itens estratégicos para o equilíbrio da oferta interna”, salienta o embaixador Rubens Barbosa, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), que realizará o maior congresso brasileiro do setor, de 22 a 24 de setembro, no hotel Royal Palm Plaza, em Campinas.


No tocante especificamente ao trigo, a situação é especial, pois o cereal ficou fora, “certamente por influência da Argentina, principal fornecedora dos moinhos brasileiros”, pondera o embaixador, lembrando que o tema integra a pauta do 26º Congresso Internacional da Indústria do Trigo. Para o presidente da Abitrigo, “a prioridade efetiva do Brasil em sua nova diplomacia econômica é preparar-se para quando entrar em vigor o acordo com a União Europeia e para um eventual tratado semelhante com os Estados Unidos. Precisamos reconhecer e ter consciência de que será necessário colocar a casa em ordem para dar uma resposta à abertura econômica, considerando os elevados impostos, juros ainda muito onerosos, burocracia, insegurança jurídica para os negócios, rombo fiscal, incapacidade de investimentos do Estado e baixo aporte de recursos em P&D, que se reflete no pequeno volume de registro de patentes nacionais”.


Para o embaixador, se o Brasil não corrigir todos esses problemas, com determinação, vontade política e eficácia, perderá a oportunidade de desfrutar os benefícios do livre comércio com as nações desenvolvidas, ficando apenas exposto aos riscos. “O maior deles seria o recrudescimento de nossa condição, verificada ao longo da maior parte do século passado, de exportadores de produtos primários a preços subestimados e importadores de itens industriais e de alta tecnologia. Ademais, não podemos nos resignar a ser fornecedores de bens manufaturados e com valor agregado apenas para a América do Sul e alguns poucos mercados fora de nosso continente”.


A pauta internacional do Congresso terá, também, a participação de palestrantes do exterior, que abordarão o atual cenário de importantes mercados, como Estados Unidos e Rússia, dois dos maiores produtores mundiais do cereal.


Fonte: Comex do Brasil


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