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Webinar aborda desafios e obrigações da logística reversa para indústrias alimentícias

Com o objetivo de orientar empresas do setor alimentício sobre as obrigações legais relacionadas à destinação de embalagens pós-consumo, os sindicatos SIDOCAL, SIMABESP e Sindustrigo, em conjunto com o Instituto Rever, promoveram, na manhã desta quarta-feira (8), o webinar “Logística Reversa de Embalagens – Obrigações Legais e os Principais Desafios”. O evento, gratuito e realizado em formato on-line, reuniu representantes da indústria, especialistas jurídicos e ambientais para debater os riscos do descumprimento da legislação, além de apresentar soluções práticas e estratégias sustentáveis para o setor.

Durante o encontro, foram discutidos os desdobramentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelece a obrigatoriedade de logística reversa para fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. O debate destacou como o cumprimento dessas metas, além de atender à legislação, pode se transformar em um diferencial competitivo para as empresas.

Ao representar o setor jurídico do Instituto Rever, Edwal Casoni Junior explicou que a logística reversa deve ser compreendida como uma engrenagem estratégica no funcionamento da cadeia produtiva. “A legislação brasileira é clara ao determinar que empresas são responsáveis pela destinação ambientalmente adequada de suas embalagens. Isso não é mais uma escolha; é uma obrigação”, afirmou.

Para ele, mais do que uma exigência técnica, a logística reversa contribui diretamente para a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável: “É um instrumento de desenvolvimento econômico e social, baseado em medidas que viabilizam a coleta e o retorno dos resíduos sólidos ao setor empresarial”.

Ainda segundo o representante jurídico do Instituto Rever, o não cumprimento das metas de logística reversa expõe as empresas a consequências severas. “Os transgressores estão sujeitos à responsabilização nas esferas civil, administrativa e penal. As penalidades incluem desde multas até restrições de direitos e, em casos mais graves, penas privativas de liberdade, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais”, alertou.

A coordenadora ambiental do Instituto, Raissa Guerreiro, por sua vez, destacou os resultados e a estrutura da entidade, que, em 2024, se tornou a primeira gestora de logística reversa de embalagens em geral habilitada pelo Ministério do Meio Ambiente. Com atuação nacional, a instituição já viabilizou a reinserção de mais de 395 mil toneladas de materiais recicláveis no ciclo produtivo e soma mais de R$ 32 milhões em investimentos no setor.

Ela ressaltou que o Instituto atua de forma integrada em 16 estados e no Distrito Federal, por meio de uma rede composta por operadores privados e cooperativas homologadas. Esse modelo, segundo Raissa, garante eficiência operacional e qualidade no cumprimento das metas ambientais. “Certificamos empresas que atendem aos requisitos legais, conectando-as a uma cadeia estruturada de logística reversa. Isso não apenas reduz riscos regulatórios, mas também reforça a imagem das marcas diante do consumidor”, explicou.

Selo Movimento pela Reciclagem

A ferramenta gratuita oferecida pelo Instituto às empresas certificadas, como detalhou Raissa, pode ser aplicada em embalagens e materiais institucionais, e simboliza o compromisso com a reciclagem e a logística reversa: “É uma forma direta de comunicar ao mercado que a empresa está fazendo sua parte, contribuindo para a economia circular e para a redução dos impactos ambientais”. De acordo com a profissional, a adoção do selo tem fortalecido o engajamento de consumidores e parceiros em torno da responsabilidade ambiental.

Além das ações operacionais, a coordenadora ambiental também frisou o papel do Instituto Rever na educação e conscientização. Iniciativas como o programa Cidade Sustentável, palestras em universidades, atividades com escolas e ações de comunicação pelas redes sociais e pelo canal Rever News compõem uma frente contínua de sensibilização. “Nosso papel vai além da gestão técnica. Acreditamos que a mudança real começa com informação, engajamento e participação social”, detalhou.

Em suma, o evento evidenciou que, mais do que atender a exigências legais, investir em logística reversa é uma decisão estratégica para empresas do setor de alimentos. Neste cenário, o Sindustrigo, ao lado das demais entidades realizadoras, reforça seu compromisso em apoiar a indústria no caminho da conformidade ambiental, promovendo conhecimento, colaboração e soluções que gerem valor para as empresas e para a sociedade.


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