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A queda nos lucros e as exportações fracas pressionam a indústria de trigo da Rússia.

A SovEcon, uma consultoria agrícola líder, revisou sua previsão para as exportações de trigo russo na safra 2024-25.

A empresa reduziu sua projeção inicial em 600.000 toneladas métricas, diminuindo a nova estimativa de exportação para 42,2 milhões de toneladas métricas.

Este ajuste reflete um potencial aperto na oferta exportável da Rússia, o que poderia impactar os fluxos e preços do comércio global de trigo na próxima safra.

Na última temporada, a Rússia exportou 52,4 milhões de toneladas métricas de trigo, superando a média de três anos de 44,2 milhões de toneladas métricas.

Exportações lentas

No entanto, a projeção inicial para esta temporada foi revisada para baixo devido a um ritmo de envio mais lento do que o esperado.

Esse ajuste destacou os desafios enfrentados pelo setor de exportação de grãos da Rússia, que podem ser atribuídos a fatores como limitações de infraestrutura, gargalos logísticos ou condições climáticas adversas.

O ritmo atual das exportações de trigo da Rússia continua abaixo do normal.

A SovEcon projetou que as exportações de trigo para o mês de fevereiro atingirão apenas 2,0 milhões de toneladas métricas.

Este número representa uma diminuição significativa em comparação com os 4,1 milhões de toneladas métricas exportadas no mesmo período do ano passado e fica consideravelmente abaixo da média de cinco anos de 2,9 milhões de toneladas métricas para as exportações de fevereiro.

Isso sugere que diversos fatores podem estar contribuindo para a lenta atividade exportadora, incluindo potencialmente menor produção ou mudanças na demanda internacional.

Rentabilidade em declínio

O principal desafio que afeta as vendas de trigo é a diminuição da lucratividade das operações de exportação.

Isso se deve em grande parte a uma combinação de fatores, incluindo flutuações nas taxas de câmbio, aumento dos custos de transporte e mudanças na demanda global.

A margem de lucro atual para os exportadores russos caiu significativamente e agora está negativa, indicando que eles estão incorrendo em perdas em cada venda.

Isso contrasta fortemente com a situação de novembro, quando a margem de lucro era de aproximadamente US$ 10 por unidade, sugerindo um mercado de exportação saudável e lucrativo naquela época.

Essa mudança drástica na lucratividade criou incertezas significativas e dificuldades financeiras para os exportadores russos de trigo, podendo levar à redução dos volumes de exportação e, consequentemente, a um impacto na oferta e nos preços globais do trigo.

O governo russo estabeleceu uma cota de exportação de trigo e mescla de 10,6 milhões de toneladas métricas.

“Acreditamos que os principais traders, que receberam as principais cotas de fevereiro a junho, não apressarão os embarques, concentrando-se principalmente em aumentar suas margens”, disse a SovEcon.

Nesse contexto, a cota pode não ser totalmente utilizada.

Apreciação do rublo

A curto prazo, a valorização do rublo representa um desafio para as exportações russas.

Isso ocorre porque um rublo mais forte torna os produtos russos mais caros para compradores estrangeiros, podendo levar a uma diminuição nos volumes de exportação.

Os esforços do Banco Central da Rússia para estabilizar o rublo resultaram em uma significativa valorização da moeda.

Por exemplo, em 21 de fevereiro, o Banco Central fixou a taxa de câmbio oficial do dólar em 88,5 rublos, em comparação com 102,0 rublos apenas um mês antes.

Essa rápida valorização do rublo criou uma discrepância entre a taxa de câmbio atual e o imposto de exportação semanal, que é ajustado com atraso para refletir as mudanças no valor do rublo.

Como resultado, os exportadores enfrentam atualmente uma situação em que o imposto de exportação, calculado com base em um rublo mais fraco, é maior do que seria se fosse calculado com base na taxa de câmbio atual.

Preços globais

Os preços globais foram parcialmente sustentados pelo ritmo lento das exportações russas.

Desde o início do ano, os preços FOB (free-on-board) do trigo russo com 12,5% de proteína subiram US$ 12, atingindo US$ 248 por tonelada métrica.

Em fevereiro, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu sua previsão de exportações de trigo russo em 0,5 milhão de toneladas métricas, para 45,5 milhões de toneladas métricas.

Devido às menores taxas de exportação nesta temporada e aos maiores estoques remanescentes, a SovEcon elevou a projeção de exportação para a temporada 2025-26 em 0,6 milhão de toneladas métricas, para 38,9 milhões de toneladas métricas.

Andrey Sizov, diretor-gerente da SovEcon, disse:

O mercado continua otimista demais sobre o potencial de exportação de trigo da Rússia nesta temporada. A oferta interna limitada, o rublo forte e as margens negativas para os exportadores sugerem que o ritmo das exportações dificilmente se acelerará substancialmente no futuro próximo.

“Com o equilíbrio entre oferta e demanda global de trigo historicamente apertado, isso deve dar suporte aos preços globais até o final da safra.”

Fonte: Invezz

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