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Americana Gavilon e paranaense Moageira criam trading de trigo

A superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem, sem restrições, a formação de uma joint venture entre a Gavilon do Brasil e a paranaense Moageira e Agrícola, que atuará na armazenagem e comercialização de trigo. Na prática, a joint venture oficializa uma parceria que, operacionalmente, já existia entre as duas empresas.

 A expectativa do mercado é de que a nova companhia, batizada de Moageira Irati Cereais, movimente 150 mil toneladas de trigo por ano, o equivalente a cerca de 3% da produção brasileira, hoje no patamar de 5 milhões de toneladas. Cada sócia terá 50% da nova empresa, que vai operar como trading. A parceria não inclui o moinho de trigo da companhia paranaense, também localizado no município de Irati (PR), com capacidade de processamento de 300 toneladas do grão por dia.

Pertencente à família Vosnika, a Moageira, que fatura R$ 140 milhões por ano, é tradicionalmente uma processadora de trigo, mas gradativamente passou também a atuar como trading, adquirindo o cereal de produtores do Sul do país. Com isso, ampliou sua infraestrutura de armazenagem e seus processos de beneficiamento da commodity.

Já a Gavilon, sediada nos Estados Unidos e controlada pela gigante japonesa Marubeni, é voltada à originação, ao armazenamento e à distribuição de grãos, e previa faturar US$ 2,5 bilhões no país este ano, com a movimentação de pouco mais de 6 milhões de toneladas de soja, milho e trigo. Nos Estados Unidos, a empresa é a maior trading de trigo do país, com foco na originação direta do produtor.

Fontes do setor avaliam que a parceria com a empresa do Paraná, que é o maior Estado produtor de trigo do Brasil, é o primeiro passo para que a americana também ganhe mercado com o cereal no país. Globalmente, a expectativa da Gavilon é elevar sua movimentação anual de grãos das atuais 70 milhões para 100 milhões de toneladas até 2020.

Nos últimos anos, a Moageira registrou um excedente de grãos adquiridos em relação à sua capacidade de moagem, o que levou à necessidade de revenda do trigo a outros moinhos. "A Gavilon (...) deseja agregar esforços junto à Moageira para consolidar a carteira de produtores e fornecedores (...) para sua posterior venda a terceiros no Brasil e no exterior", afirmou a companhia, no documento encaminhado ao Cade.

A joint venture prevê ainda a compra de dois armazéns, um em Irati e outro em Ipiranga, ambas no Paraná. Hoje, a maior parte dos armazéns operados pela Moageira e Agrícola é arrendada.

Fonte: Valor Econômico


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