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Argentina perde 10% da safra de soja com incêndios e inundações

Com diferentes intempéries enfrentadas nas últimas semanas - como incêndios e inundações ao mesmo tempo em diferentes regiões do país - a Argentina registra perda de 10% de sua safra de soja 2016/17. Com isso, a expectativa é de que o valor dos grãos seja puxado para cima nos mercados internacionais, aponta o Portal Agriculture.com.

Os incêndios foram gerados no sudoeste da província de Buenos Aires, em parte da província de La Pampa e leste da província de Rio Negro devido ao clima extremamente seco na região, afetando praticamente 1,4 milhão de hectares. Não há plantio significativo de soja ou milho nestas localidades, mas sim muitas atividade pecuária e plantações de trigo. 

Enquanto as autoridades dizem ter contido os incêndios, a mais importante região produtora de soja está alagada. As inundações estão concentradas no noroeste da província de Buenos Aires, sul de Santa Fé, sul de Córdoba e oeste de Entre Ríos, a região conhecida como "Núcleo" do agronegócio no país vizinho.

Em alguns casos, houve mais de 500 milímetros de chuva em menos de 30 dias e ainda há previsões de precipitação para os próximos dias. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o plantio havia chegado a 92,9% da superfície prevista à chegada das inundações. As perdas ainda serão determinadas, mas certamente alguns lotes terão de ser replantados e haverá um atraso para finalizar o plantio. Atualmente, as estimativas colocam a produção argentina em 57 milhões de toneladas de soja. Aproximadamente 300.000 hectares estão sob alto risco de perda, enquanto 10% da safra já é de má ou condições regulares.

"Como a oferta exportável de soja é concentrada em muitos poucos países (EUA, Brasil e Argentina somam 80%), o complexo da oleaginosa terá mais impacto desses percalços do clima que milho no mercado internacional como as reservas são mais baixas", diz Guillermo Rossi, um estrategista de grãos da empresa Big River, de Rosario.

No caso específico de General Villegas, no noroeste da província de Buenos Aires, há uma das piores condições do país. As inundações começaram nessa localidade antes de Dezembro, em Outubro e Novembro. Os produtores do município esperam perder até 50% de toda a produção de soja e milho, além de uma perda financeira de US$ 300 milhões.

"Tudo que foi semeado está abaixo d'água. Nós estamos tendo problema de calendário para esta safra. Esperamos que seque, mas até o momento creio que perderemos a safra inteira", diz Guillermo Chapado, um produtor membro da Sociedade Rural de General Villegas. A Federação Agrária Argentina pediu assistência oficial imediata para os produtores que sofreram com "perdas totais" com incêndios e inundações e que isso deveria incluir ajuda logística e financeira.

"Nós não nos recuperaremos disso em quatro ou cinco anos", diz um anúncio da federação. O governo argentino anunciou um plano de crédito subsidiado de resgate para ajudar majoritariamente produtores de gado de corte e leiteiro, que vivem uma situação mais grave.

Fonte: Agrolink


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