A Argentina continuará sofrendo com o “aperto” na oferta de trigo, correndo grande risco de falta do cereal de inverno nesta safra, segundo estimativa da T& Consultoria Agroeconômica. A T&F indica que a necessidade é de duas a três vezes maior do que a oferta no país.
“Os dados governamentais registram que os exportadores tinham adquirido, até aquela data, 14,28 milhões de toneladas, ou 73% da safra 2019/2020 e os moinhos 1,85 milhão de toneladas, ou 9% da safra, totalizando 16,13 milhões de toneladas ou 83% da colheita atual, que foi de 18,8 milhões de toneladas. Isto deixa um saldo de apenas 2,67 milhões de toneladas, para uma necessidade dos moinhos argentinos de pelo menos mais 4,15 milhões de toneladas, que provavelmente terão que ser renegociadas com os exportadores”, indica a consultoria.
Além disso, o Brasil também precisaria de pelo menos mais 2,0 milhões de toneladas para os moinhos de São Paulo para cima até o final do ano, além das compras já efetuadas. “Esta necessidade é pelo menos 2,3 vezes maior do que a disponibilidade, fazendo prever uma disputa de preços sobre a mercadoria disponível”, indica.
“A decisão do governo de suspender os registros de exportações agropecuárias do país, sempre prenúncio de uma elevação no pagamento dos direitos de exportação, está elevando os temores de que a alta das retenciones aplicada à soja seja aplicada também ao trigo e ao milho. Uma reunião de quatro entidades da agricultura local com o governo postergou o anúncio sobre este assunto até melhor discussão”, conclui a Consultoria.
Fonte: Agrolink