Notícias setorial/mercado

Brasil deve importar cereal dos EUA

Com um consumo estimado para 2016 em 10 milhões de toneladas de trigo e produzindo apenas 5,8 milhões de toneladas por safra, sendo 2 milhões de toneladas destinadas à alimentação animal, o Brasil deverá importar o cereal dos Estados Unidos. Levando em conta o frete e os impostos, os valores a serem pagos pelo trigo podem ficar até 25% maiores que os do cereal argentino.

"As chuvas abundantes no período de desenvolvimento do trigo e na colheita, comprometeram a qualidade do cereal argentino. Com isso, boa parte das exportações da Argentina foi de trigo de baixa qualidade, usados para a fabricação de ração e os estoques de trigo com padrão de moagem para farinha de trigo não existem. Hoje a estimativa é de uma disponibilidade no país vizinho de apenas 600 mil toneladas,. O volume é pequeno frente à importação brasileira, que varia de 800 mil a 900 mil toneladas por mês", explicou o presidente da Câmara Setorial do Trigo do Estado de São Paulo, Maurício Ghiraldelli.

Ainda segundo Ghiraldelli, para manter a produção, os moinhos estão buscando alternativas fora do Mercosul, principalmente nos Estados Unidos. Os carregamentos de trigo dos EUA devem chegar ao Brasil no último quadrimestre do ano.

"Os preços do trigo estão mais altos e ainda tem o diferencial de frete e tarifas de importação. A tonelada do trigo americano de qualidade alta chega aos portos do sudeste em torno de R$ 1.023, o argentino de boa qualidade, que é escasso, a R$ 970,50 e o argentino de baixa a R$
825". 

A expectativa é que ocorra a retomada da produção argentina na safra 2016/17, o que, se
concretizado, deve ajudar a normalizar o abastecimento do mercado brasileiro. A expectativa é
que a próxima safra de trigo na Argentina fique entre 14 milhões e 15 milhões de toneladas, o
que significaria uma alta de 40%, frente a atual. As desonerações ficais e a liberação das
exportações feitas pelo governo argentino serão os principais impulsos para a expansão da
safra.

"As medidas adotadas pelo governo argentino vão incentivar os investimentos no campo, o que
não era visto nos últimos anos. Pode ser que na safra 2016/17, que é iniciada na metade de dezembro, seja clhido um trigo de melhor qualidade e a preços mais acessíveis, cerca de 25% a 30% menores que os praticados hoje", explicou Ghiraldelli.

Fonte: Diário do Comércio


COMPARTILHE: