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Chuva de mais e de menos para o trigo no Rio Grande do Sul

Primeiro, foi o excesso de chuva que impediu o avanço do plantio de trigo no Estado. Agora, é a pouca precipitação que atrapalha o desenvolvimento das lavouras. Apesar de a semeadura estar praticamente encerrada (faltam áreas dos Campos de Cima da Serra), ainda não há dados consolidados sobre a redução do espaço dedicado à cultura nesta safra de inverno. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta terça-feira (11) balanço no qual manteve número do mês passado, que indica recuo de 10% em relação ao último ano, com 699,2 mil hectares.

- No próximo levantamento, pode aparecer uma mudança. Mas estimo que o encolhimento da área deva ficar nesse percentual - diz Carlos Bestetti, superintendente regional da Conab.

Na semana passada, a Emater apontava plantio de 80% da área, cuja diminuição ficou em torno de 5%, um pouco abaixo do inicialmente projetado (de 6,49%). Já o presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Hamilton Jardim, mantém a perspectiva de que o Rio Grande do Sul não deve ter mais do que 650 mil hectares cultivados com o cereal.

Na região de Passo Fundo, onde o plantio foi concluído, a percepção é de que o recuo foi ainda maior do que o apontado no início do ciclo. Agora, a preocupação é com a baixa umidade.

- Nas últimas três semanas, choveu pouco. O solo está seco, com rachaduras. As plantas não se desenvolvem corretamente e não dá para fazer os tratos culturais - explica Claudio Dóro, assistente técnico regional da Emater.

Chuva na medida certa é necessária para desenvolvimento uniforme das plantas.

- O cenário, infelizmente, não mostra regularidade de chuva daqui para frente, pelo menos até o próximo dia 25. Depois que a semente começa a germinar, se não tiver umidade suficiente acaba apodrecendo - explica Jardim.

Se as dificuldades do mercado influenciaram negativamente a tomada de decisão pelo plantio do trigo, as adversidades climáticas poderão dar sua parcela de contribuição para uma colheita menos farta e produtividade inferior à do ciclo passado.

Fonte: ZH


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