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Ciclo da cultura do trigo foi encurtado

O cenário do trigo no Brasil vem enfrentando um cenário de grande variação, segundo os últimos dados divulgados no boletim semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Enquanto algumas regiões experimentam avanços significativos na colheita, outras são afetadas pelas condições de clima adverso, refletindo tanto a qualidade quanto o ritmo de produção do cereal.


Um dos estados que apresenta um cenário mais otimista é o Rio Grande do Sul. Ali, a safra atual surpreende pelo adiantamento na colheita, graças a um casamento eficaz entre semeadura precoce e altas temperaturas, que contribuíram para acelerar o desenvolvimento das lavouras. No entanto, as condições climáticas não têm sido inteiramente favoráveis, criando alguns desafios por conta das chuvas no manejo das lavouras, que se encontram majoritariamente nas fases de floração e enchimento de grãos.


Já no Paraná, aproximadamente 70% da área já foi colhida e o que resta parece estar em boas condições. No entanto, as operações de colheita têm sido frequentemente interrompidas por chuvas, o que pode ter um impacto no tempo e nos custos de produção.


A situação é ainda mais complexa em Santa Catarina, onde o excesso de chuvas tem sido o protagonista. Esse fenômeno climático tem retardado significativamente a colheita em todas as regiões do estado. Além disso, algumas áreas registraram incidência de doenças e eventos pontuais como granizo e ventos fortes, levando ao acamamento das lavouras, um pesadelo para qualquer agricultor.


São Paulo e Minas Gerais estão em situações mais confortáveis, com avanços significativos na colheita e boa qualidade do produto, especialmente nas lavouras mais tardias. No caso mineiro, a safra está praticamente finalizada, restando apenas áreas isoladas de cultivo irrigado. A qualidade do trigo tem sido, em geral, satisfatória, exceto para algumas lavouras mais tardias de sequeiro, que sofreram impactos negativos devido às chuvas durante a fase de maturação.


Por fim, na Bahia, a colheita já foi concluída, encerrando o ciclo com uma nota positiva para a região.


Nesse panorama, fica evidente que, embora a colheita esteja avançando em várias frentes, o excesso de chuvas, especialmente no sul do país, representa um entrave que precisa ser cuidadosamente gerenciado. As interrupções nas operações de colheita, incidência de doenças e ocorrências climáticas extremas adicionam variáveis que podem impactar o mercado de trigo nacional nos próximos meses.


Considerando os 8 principais produtores de trigo no país, a colheita avança em 41% das áreas monitoradas. Um índice 15,5% superior ao registrado no mesmo período da safra passada. Esse número é puxado principalmente pelo avanço das operações no Rio Grande do Sul e Paraná, os maiores produtores do cereal no país. 


Em Goiás, a colheita foi finalizada, um aumento em relação à semana anterior quando estava em 85%. 


Minas Gerais e Bahia também finalizaram suas colheitas, com índices de 99,6% e 100%, respectivamente, demonstrando avanços em relação à semana anterior, que registraram 98,5% e 90% em cada um dos estados.


Contrastando com esses estados, o Rio Grande do Sul apresenta apenas 3% da sua colheita concluída, um aumento modesto se comparado à semana anterior, que estava em 1%. Em Santa Catarina, os números também são baixos, porém crescentes, saindo de 3% para 6% em uma semana.


Contudo, vale mencionar que as operações ocorrem dentro do calendário esperado, mesmo enfrentando os impactos das chuvas frequentes e excessivas.


O Paraná, um dos grandes produtores do grão, avançou para 69% da área colhida, um crescimento em relação aos 60% da semana anterior. 


São Paulo, por sua vez, exibe um aumento significativo, saltando de 50% para 75% da área colhida em apenas uma semana. No agregado dos oito estados monitorados, a colheita avançou de 35% para 41% nesse último levantamento.


Fonte: Agrolink


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