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Clima irregular atrasa plantio da safra 2025/26 e acende alerta para segunda safra

O plantio da safra de verão 2025/26 entrou novembro sob ritmo lento em boa parte do Brasil, com destaque para Centro-Oeste e Sudeste. A combinação de chuvas irregulares, concentradas em pancadas isoladas, mal distribuídas e intercaladas por períodos secos, manteve o solo com baixa umidade e limitou o avanço das operações, conforme destaca o Agro Mensal, relatório da Consultoria Agro do Itaú BBA divulgado nesta semana.


Enquanto parte do Sul e do Norte registrou volumes acima de 150 mm em outubro, garantindo boas condições de semeadura, tempestades e granizo provocaram danos pontuais e atrasaram a colheita do trigo, afetando a qualidade do cereal. No Centro-Oeste, a variação foi significativa: áreas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul superaram 120 mm, mas grandes porções da região ficaram abaixo de 90 mm.


O Sudeste, por sua vez, teve recuperação de estoques de umidade em SP, RJ e ES, enquanto Minas Gerais permaneceu com volumes abaixo da média, especialmente o Cerrado Mineiro, que acumulou menos de 40 mm em outubro. O retorno das chuvas no início de novembro favoreceu nova florada do café, mas os efeitos da seca ainda preocupam.


As projeções climáticas para novembro a janeiro indicam um cenário de contrastes bem definidos. Com o fortalecimento do fenômeno La Niña, a tendência é de intensificação das chuvas no Centro e Norte do país e maior secura no Sul, sobretudo no Rio Grande do Sul. Modelos internacionais apontam precipitações acima da média no fim de novembro no Centro-Oeste, norte de Minas e faixa central do país, e volumes próximos ou abaixo da média no Sul, MATOPIBA e parte do Sudeste.


O retorno das chuvas tende a acelerar o plantio nas áreas atrasadas, mas o excesso hídrico pode alongar o ciclo das culturas e encurtar a janela da segunda safra, principalmente do milho. Além disso, a maior umidade exige atenção redobrada ao manejo fitossanitário, pelo risco elevado de doenças fúngicas.


No Sul, o armazenamento hídrico elevado do fim do inverno garantiu um início de safra mais estável, e o tempo seco previsto para novembro deve favorecer o avanço do plantio e a conclusão da colheita de trigo. A expectativa de que a La Niña seja de curta duração e fraca intensidade reduz a chance de impactos severos. Na Argentina, o excesso de chuvas segue atrasando o plantio da soja e deve seguir prejudicando os trabalhos ao longo de novembro, com previsão de alívio apenas entre dezembro e janeiro.


Fonte: Cana Online


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