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Cotações do trigo subiram bem durante esta primeira semana de maio

As cotações do trigo subiram bem durante esta primeira semana de maio, fechando a quinta-feira (06) em US$ 7,64/bushel, contra US$ 7,37 uma semana antes. A média de abril ficou em US$ 6,67/bushel, contra US$ 6,35 em março, ganhando 5% sobre o mês anterior. Para comparação, a média de março de 2020 foi de US$ 5,30, o que significa que nos últimos 12 meses a cotação do trigo em Chicago subiu 25,8%.

Dito isso, o plantio do trigo de primavera nos EUA chegou a 49% da área no dia 02/05, contra 32% na média histórica para esta época. Já o trigo de inverno apresentava 48% das lavouras em condições entre boas a excelentes, outros 33% regulares, e 19% em condições entre ruins a muito ruins.

Quanto às exportações estadunidenses de trigo, na semana anterior as mesmas atingiram a 509.932 toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado. Os EUA acumulam exportações ao redor de 23,1 milhões de toneladas do cereal no corrente ano comercial.

Na Europa, o preço do trigo seguiu a tendência mundial e também subiu de preço. O contrato de setembro para o trigo de moagem, na bolsa de Paris, ficou em 226,00 euros a tonelada. Isso equivale, hoje, a R$ 1.441,88 a tonelada, ou o equivalente a R$ 86,15/saco. Já o contrato para maio chegou a bater em 259,75 euros/tonelada durante a semana, ou seja, R$ 1.657,20/tonelada, equivalendo a R$ 99,43/saco.

Já aqui no Brasil, o preço do trigo se manteve firme, com a média gaúcha no balcão fechando a semana em R$ 82,30/saco, enquanto no Paraná os preços giraram entre R$ 91,00 e R$ 92,00/saco.

Os atuais valores no Brasil são recordes nominais, consolidando cerca de 16 meses consecutivos em alta. É neste contexto que se espera um aumento da área semeada neste ano, como já destacado em oportunidades anteriores. No Paraná se espera um aumento de 3%, com a área total chegando a 1,16 milhão de hectares, enquanto no Rio Grande do Sul a mesma aumentaria 15%, chegando ao redor de 1,1 milhão de hectares.

Ainda no Paraná, o plantio da nova safra atingia a 6% da área esperada no início deste mês de maio. O Estado paranaense espera colher 3,8 milhões de toneladas de trigo, o que seria 22% acima da frustrada safra do ano passado. A produtividade média esperada é de 3.281 quilos/hectare, ou seja, 54,7 sacos/hectare.

E no Rio Grande do Sul, segundo a Fecoagro, o custo de produção desta lavoura de trigo aumentará 21,8% em relação ao ano passado. Considerando uma produtividade média de 60 sacos/hectare, ao preço atual de R$ 82,00/saco, o produtor irá precisar de quase 49 sacos/ha para pagar o custo total da lavoura do cereal. Assim, sobrariam cerca de 11 sacos/hectare, ou seja, R$ 902,00/hectare. Nestas condições, se o preço do cereal recuar para cerca de R$ 66,60/saco no momento da colheita, o produtor gaúcho praticamente empatará com o custo de produção. Dito de outra maneira, o preço do cereal ao produtor, na colheita em fins de outubro e novembro, não pode ser menor do que R$ 66,60/saco para que ele tenha lucro com o trigo nesta safra, a partir dos dados da Fecoagro. Por outro lado, em se mantendo o preço de R$ 82,00/saco, sua produtividade média não poderá ser menor do que 48,8 sacos/hectare para não ter prejuízo com a futura safra, lembrando que a média da safra passada, frustrada parcialmente, ficou ao redor de 42 sacos/hectare.

Fonte: Mais Soja

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