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Dólar valoriza e o preço do pão vai junto

A alta do dólar não interfere apenas na vida de grandes investidores. Ela se reflete também no que colocamos na mesa. O dólar está na faixa de 3,90. Esse valor afeta o mercado como um todo. O preço do ferro, por exemplo, subiu cerca de 20%. Do alumínio, 30.

Dono de padaria, o Ricardo Ferreira importava trigo da Argentina e por causa de uma estiagem precisou recorrer ao trigo canadense. O resultado? o valor do quilo do pão subiu R$2.

O economista Luís Gustavo Budziak, explica que é difícil encontrar o equilíbrio para não deixar tudo para o consumidor. 

"Até encontrar esse equilíbrio, a gente vai pagando caro até o pãozinho de todo dia" explicou.

Com estoques de trigo em baixa, os moinhos estão sendo obrigados a buscar o grão na Argentina, mesmo em um momento de alta nos preços, devido à valorização do dólar, que já registrou aumento de 40% desde o início do ano.

O Brasil é o maior comprador do trigo argentino. Hoje, o que falta no mercado nacional, os moinhos buscam na Argentina. Porém, os produtores argentinos também enfrentam um momento delicado, tendo em vista a seca que afetou o país e gerou uma quebra na safra de soja, fator que influencia diretamente a comercialização do trigo com o Brasil. 

A produção de trigo no país vizinho foi relativamente grande, mas a Argentina comercializou boa parte dos seus estoques para outros países, o que acabou reduzindo o volume disponível para as indústrias brasileiras. Além disso, diante da crise no país e da alta do dólar, os produtores seguraram seus estoques esperando o melhor momento para comercializar.

Segundo dados da Argentrigo, o país possui ainda um estoque estimado em 6 milhões de toneladas, que serão comercializadas com o Brasil. De acordo com os dados repassados pelos moinhos, o estoque de maio, que conta com trigo nacional, ainda atende a demanda do mercado, mas acreditamos que a partir de julho toda moagem no país será feita com trigo internacional.

O presidente do Sindustrigo ainda ressalta que, frente a esse cenário, é quase inevitável o repasse da elevação dos custos ao consumidor. "O trigo representa cerca de 80% dos custos de produção da indústria moageira e, neste ano, o grão já registrou aumento de 55% aos moinhos do estado. 

O Brasil está em um momento importante de retomada do consumo e, esse repasse, poderá prejudicar esse movimento, devido ao aumento em produtos como biscoitos, massas e o pãozinho".

Fonte: Tarobá News


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