A pressão dos produtos básicos poderá vir forte na inflação nos próximos meses.

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Estoques baixos de grãos vão chegar à inflação

A pressão dos produtos básicos poderá vir forte na inflação nos próximos meses.

Os estoques internos não indicam alívio para o segundo semestre, e os custos, mais elevados, vão chegar ao bolso dos consumidores.

O que é um problema sério para o país no momento, entretanto, poderá ser oportunidade no futuro.

Parte do problema da queda dos estoques ocorre devido às condições climáticas adversas.

Parte, porém, se deve ao avanço da boa aceitação dos produtos brasileiros no mercado externo e a uma falta de política para os estoques do governo. É o caso atual do milho.

Tradicional importador de arroz e de trigo até poucos anos, por exemplo, o país agora já garante mercado externo para esses produtos brasileiros.

A oportunidade externa não deverá ser perdida. Para isso, o governo terá de montar uma boa política de incentivo à produção para que a oferta interna garanta exportações e demanda doméstica.

O avanço tecnológico do país no setor agrícola e a disponibilidade de área vão fazer do Brasil o grande mercado de grãos e de proteínas para o mundo.

Já que o país consegue cada vez mais participação mundial nas exportações de grãos, deverá ter também uma boa política de manutenção de estoques internos.

Os dados mais recentes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam que o país termina a safra 2015/16 com estoques finais de arroz em um patamar 78% inferior aos da safra anterior. Esses estoques são suficientes para sete dias.
Os de feijão, em queda pelo segundo ano consecutivo, recuam 6% ante os de 2014/15, mas em comparação à safra 2013/14 a queda é de 15%. São suficientes para 13 dias de consumo.

Os estoques finais de trigo, embora melhorem um pouco em relação aos da safra anterior, permanecerão bem abaixo dos do período de 2010 a 2014.

MILHO E SOJA TAMBÉM COMPLICAM QUADRO DE OFERTA E DEMANDA

Os estoques finais de milho deste ano recuam 48% em relação aos do ano anterior, enquanto os de soja ficam 72% inferiores aos de 2014/15.

Esses dois produtos têm um influência direta na produção e nos preços das proteínas, principalmente porque frango e suínos vivem à base de milho e de farelo de soja.

E o cenário para o farelo também não é favorável. A estimativa da Conab é que o país termine a safra 2015/16 com redução de 48% nos estoques em relação à anterior.

Demanda externa forte, dólar favorável às exportações e estoques internos pequenos vão manter os preços das commodities aquecidos, afetando ainda mais a renda dos consumidores em um período de acelerado desemprego. 

Fonte: Folha de São Paulo


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