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Exportação russa em alta derruba preço do trigo em Chicago

O panorama de oferta de trigo se mantém inalterado e joga novamente pressão sobre os preços na bolsa de Chicago Os contratos que vencem em maio fecharam em forte queda, de 3,21%, a US$ 5,5775 o bushel.


Segundo Luiz Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, as cotações ainda respondem aos números de exportação da Rússia, o maior fornecedor mundial. Nos cálculos da consultoria SovEcon, as exportações do país chegaram a 3,8 milhões de toneladas. Se confirmado, o número representa um recorde mensal, que ficaria acima das 3 milhões exportadas em igual período de 2023.


“A Rússia ainda segue derrubando preços do trigo em Chicago, e por isso os fundos estão tão agressivos na venda dos papéis futuros”, afirma Pacheco.


A despeito de uma queda de 4% no fechamento de fevereiro, o analista acredita que entre os grãos negociados em Chicago, o trigo é o único que tem chances de criar uma tendência de alta no curto prazo.


“Ele é o único com viés de alta no horizonte porque os estoques finais devem cair 11 milhões de toneladas em relação ao ano passado. Somado a isso, temos a indicação de que as exportações russas devem perder força nos próximos meses, já que o número de vendas fechadas neste mês ficou abaixo do esperado”, comenta.


Milho


Após quatro altas consecutivas na bolsa de Chicago, o preço do milho voltou ao “velho normal” no pregão. Os contratos para maio terminaram a sessão negociados a US$ 4,2475 o bushel, recuo de 1,11%.


Os fundos voltam novamente a precificar questões de oferta, que impedem movimentos agressivos de alta e mantém os contratos nos menores valores em mais de três anos.


Para Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria, no curto prazo, o avanço da safrinha no Brasil pode mudar um pouco o panorama de negociação do milho em Chicago.


“Nos próximos 90 dias teremos uma atenção especial com o clima, pois ele quem vai definir boa parte da oferta de milho no Brasil. Sabemos que ela será menor, mas a depender do clima, a produção aqui pode favorecer um movimento de alta [em Chicago] ou estabilizar novas quedas”, pontua.


Nesta sexta-feira, a StoneX reduziu para 96,33 milhões de toneladas sua projeção para a colheita de milho safrinha no país em 2023/24. A projeção caiu 0,1% na comparação com o dado de fevereiro, e foi pautada por uma expectativa menos favorável para a área plantada em Minas Gerais, que foi reduzida de 410 mil hectares para 390 mil hectares.


Fonte: Globo Rural


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