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Grãos iniciam a semana em queda na bolsa de Chicago

Os preços dos grãos começam o pregão regular de Chicago em queda, nesta segunda-feira (11/3), depois que os investidores ficaram decepcionados com os números do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Os lotes de soja para maio são negociados a US$ 11,77 o bushel, com baixa de 0,59%.


O órgão americano estimou uma colheita no Brasil de 155 milhões de toneladas, 0,6% a menos que a expectativa divulgada em fevereiro. Em certa medida, o número frustrou a expectativa de analistas, que esperavam 152,5 milhões de toneladas. Isso porque já há consultorias brasileiras falando em uma colheita na casa das 143 milhões de toneladas.


Apesar das discrepâncias nos números, para Ismael Menezes, sócio da MD Commodities, as projeções do USDA são coerentes, diante das expectativas iniciais com a produção brasileira.
“Se considerarmos que a projeção no começo da temporada era para uma safra na casa das 170 milhões de toneladas, acredito que o USDA deve aguardar até o último momento para fazer as eventuais correções nas expectativas. Até o último relatório da safra 2022/23 houve ajustes nos prognósticos”, lembra Menezes.


“Além disso, a colheita de soja no Brasil está se aproximando da metade. Ainda tem muita coisa para acontecer, por isso também o USDA ainda pode corrigir suas estimativas daqui para frente”, acrescenta. Segundo análise da MD Commodities, o Brasil deve produzir entre 150 milhões e 152 milhões de toneladas de soja.


Nesta terça-feira (12/3), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulga sua estimativa e a depender do número para soja, os preços podem ganhar fôlego em Chicago.


No caso do milho, a queda dos papéis para maio agora é de 0,76%, a US$ 4,355 o bushel. Alguma força de alta foi vista nas cotações a partir da redução dos estoques finais globais, promovida pelo órgão americano. Por outro lado, não houve mudança para a expectativa de safra no Brasil, que, assim como em fevereiro, permaneceu em 124 milhões de toneladas. A aposta de analistas é de que o número seria de 122,4 milhões de toneladas.


“Acredito que o USDA pode trazer algumas mudanças nas projeções para a safra brasileira a partir do próximo relatório, acompanhando o avanço do plantio da safrinha no país. Talvez a estimativa caia para 120 milhões de toneladas, caso as condições de safra piorem por aqui”, diz Ismael Menezes, da MD Commodities.


O trigo, por sua vez, cai 0,74% em Chicago, a US$ 5,3575 o bushel. O USDA projetou reservas de 258,83 milhões de toneladas do cereal no fim da safra 2023/24, ou redução de 0,24% se comparado com o número de fevereiro. Entretanto também fez outros ajustes que podem jogar as cotações para baixo.


O órgão elevou a estimativa de produção da Rússia - maior fornecedor mundial de trigo - em 500 mil toneladas, para 91,5 milhões de toneladas. No mesmo volume aumentou a projeção para a Austrália em 26 milhões. Além disso, elevou a previsão de estoques finais dos EUA em 2,23%, para 18,3 milhões de toneladas.



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