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Indústria de trigo do Brasil vê mudança política na Argentina como favorável

A vitória do oposicionista Mauricio Macri na eleição presidencial argentina foi vista como positiva pela indústria de trigo do Brasil, que historicamente importa a maior parte do cereal no país vizinho, cuja política atual é considerada restritiva à produção local.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Sérgio Amaral, agora espera que Macri cumpra suas promessas de campanha, de retirar os impostos de exportação sobre trigo e também acabar com os registros de exportação do cereal, que limitam os embarques.

"É verdade que isso pode ser feito de maneira mais progressiva, mas de qualquer forma a notícia é relevante, porque o trigo que vier a ser importado da Argentina não sofrerá com restrições e custos que hoje estão onerando exportações", afirmou Amaral à Reuters.

Especialistas na Argentina avaliam que a produção e as exportações de commodities agrícolas poderão saltar nos próximos anos, à medida que o país adote políticas mais favoráveis aos produtores.

O líder de oposição Macri venceu o candidato governista Daniel Scioli na eleição de domingo, encerrando uma briga de longa data entre agricultores e o grupo da presidente Cristina Kirchner.

O especialista no setor Pablo Adreani, que acompanha o agronegócio no país vizinho há décadas, avalia que as exportações de trigo poderão aumentar de 4,3 milhões de toneladas nesta temporada para 11 milhões em 2018/19.

A segunda questão importante para o Brasil, acrescentou Amaral, da Abitrigo, é a anunciada retirada do que a associação chama de "subsídios" na exportação da farinha.

Isso porque a Argentina aplica uma taxa de 13 por cento na exportação de farinha de trigo e de 23 por cento na exportação de trigo, o que muitas vezes acaba favorecendo exportações do produto processado (farinha) para o Brasil, afetando a indústria brasileira.

De janeiro a outubro, as importações de trigo pelo Brasil somaram 4,2 milhões de toneladas, e a Argentina respondeu por quase 80 por cento do que o país importou, segundo dados do governo brasileiro compilados pela Abitrigo.

Fonte: Reuters


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