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Investimentos em pesquisa podem tornar Brasil exportador de trigo

O cultivo do trigo tem expandido suas fronteiras nos últimos anos. Além do Sul do país, hoje ele também é cultivado em diversas outras regiões do Brasil. Muito disso se deve às novas variedades de sementes desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pela Biotrigo Genética e por outras instituições de pesquisa ligadas ao setor agropecuário.

No DF, o investimento nas lavouras de trigo passa pela construção do moinho pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (COOPA-DF), que com a produção da farinha Buriti, tornou-se um local confiável para a venda do cereal, principalmente, aos seus associados que tem vantagens em vender seu trigo para a Cooperativa. No DF, o trigo é plantado nos meses secos e por isso necessita ser irrigado, o que lhe confere alta produtividade e qualidade excepcional, sendo considerado um dos melhores trigos do Brasil para a panificação.

Mas segundo o agrônomo da COOPA-DF, Cláudio Malinski, o trigo irrigado está dando espaço para o trigo safrinha plantado em áreas de sequeiro, semeado no final de fevereiro e início de março, propiciando expandir ainda mais as fronteiras do trigo no Brasil. Segundo informações da Embrapa Trigo e Embrapa Cerrados, existem em todo o centro-Oeste cerca de quatro milhões de hectares (ha) passiveis de serem cultivados com trigo safrinha, que são regiões acima de 600 metros de altitude, atendendo às exigências da cultura, que é de clima frio. "Se considerarmos uma produção média de 2500kg/ha, que é muito baixa, nesses quatro milhões de ha, só no Cerrado poderíamos produzir 8 milhões de toneladas, somando-se às 5 milhões de toneladas produzidas na região Sul, seriam suficientes para atender à demanda interna e ainda sobrariam de 2 a 3 milhões de toneladas para exportação. Realmente é um grande potencial e eu afirmo que o Brasil poderá ser autossuficiente em trigo", explicou.

Porém, Malinski ressaltou que, apesar de algumas cultivares plantadas na safra passada já mostrarem resultados satisfatórios, ainda são necessários mais estudos para o desenvolvimento de plantas mais resistentes às doenças que ocorrem em climas tropicais, principalmente, ao excesso de chuvas. "Ano passado foi plantado apenas 20 ha da variedade TBio Sintonia, trigo sequeiro da Biotrigo resistente a doenças e, mesmo com a escassez de chuvas, foi colhido uma média de 856 kg por hectares e com qualidade industrial muito boa. Esse ano foram cultivados mil hectares desse trigo pelos associados da Cooperativa. Isso foi um aspecto positivo", afirmou.

Esse ano as lavouras plantadas estão com potencial para produtividades acima de 2500kg por ha, o que é um excelente resultado. "Daqui há alguns dias nós vamos ter a comprovação desses resultados, após a colheita, e se produzir acima de 2,5 mil kg por ha e com essa qualidade boa, vai ser o ponto de partida para começar o desenvolvimento do trigo safrinha no Centro-Oeste, explicou Malinski.

Segundo ele, ainda existem outras variedades mais resistentes que estão chegando ao mercado e que só não foram cultivados ainda porque não se sabe qual o comportamento industrial das mesmas. "No Sul já está sendo cultivado outra variedade para ser plantada na safrinha, que é o TBio Sossego. Eu acredito que o Brasil vai ser autossuficiente em trigo baseado no Centro-Oeste. Estou trabalhando e acreditando nisso e tenho certeza que a genética vai trazer essa solução e o grande potencial é o trigo sequeiro safrinha", completou.

Fonte: Biotrigo


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