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Maggi: Europa e EUA complementam a produção de trigo na América do Sul

Problemas climáticos nas lavouras de trigo do Brasil e da Argentina devem derrubar a produção do cereal na América do Sul. No entanto, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, assegurou que o País poderá buscar o produto em fornecedores do Hemisfério Norte. "Mesmo com problemas na América do Sul, temos onde buscar trigo. Europa e Estados Unidos dão complementariedade à produção do cereal", disse o ministro a jornalistas durante o Congresso Internacional da Indústria do Trigo, em Campinas (SP).

Maggi destacou que a Rússia produziu cerca de 80 milhões de toneladas de trigo e quer exportar para o Brasil. Segundo o líder da pasta agrícola, historicamente, nunca se viu uma quebra de safra generalizada para a cultura, em termos globais. Quando os cultivos latinos passam por intempéries climáticas, os europeus e norte-americanos tradicionalmente surgem como alternativa de fornecimento.

De acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional de trigo deve recuar 27,4% em 2017, para 4,88 milhões de toneladas, ante as 6,72 milhões de toneladas colhidas na última temporada. O resultado veio em decorrência da retração de 19,8% na produtividade do cereal, para 2,54 mil quilos por hectare. A área de plantio também caiu, em 9,5% para 1,91 milhão de hectares, na variação anual. O Brasil não é autossuficiente em trigo e importa quase metade do que consome.

A Argentina, principal fornecedor de trigo para o Brasil, também deve apresentar prejuízo climático. Maggi destacou que a Argentina é o maior fornecedor de trigo ao Brasil, tem produtividade muito maior do que o Brasil, produtores competentes e, por isso, consegue entrar no País pelo acordo Mercosul sem imposto. "Isso, em determinados momentos, traz atritos com os produtores brasileiros, mas fazemos parte de uma política regional", explicou o ministro.

Fonte: Agência Estado


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