Notícias setorial/mercado

Natal terá panetones e doces mais caros; saiba o motivo

A colheita do trigo terminou nos últimos dias no Paraná, mas - apesar de a entrada de quase 2 milhões de toneladas do produto no mercado - o preço teve alta de 3,5% em novembro no estado, segundo o Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP.

A tonelada chegou a R$ 647,90. "Esse cenário se deve à baixa oferta do cereal de boa qualidade, que restringe a intenção de vendedores em negociar", informou em nota o Cepea. Essa qualidade mais baixa se deve a problemas climáticos. "Neste ano houve a maior quebra de safra desde 2013", lembra Daniel de Azevedo Kümmel presidente do Sinditrigo - Sindicato da Indústria do Trigo do Paraná.

A alta deve impactar diretamente o consumidor final já neste final de ano, pois afeta o preço da farinha produzida pelos moinhos do estado. Kümmel conta que o volume disponível para os próximos meses está ficando baixo. O resultado deve ser o crescimento das importações de trigo da Argentina.

Com estoques mais baixos, o Paraná - maior produtor de trigo do Brasil - está com menos matéria-prima de qualidade para panificação e confeitaria, o que deve levar à alta de pães e derivados do trigo, como os doces, nas padarias, supermercados e indústrias. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), por exemplo, aponta aumento de 7,45% nos preços dos panetones no em 2017, deixando Natal mais 'salgado' - mesmo assim a expectativa é de quase 10% de aumento nas vendas do produto.

Padarias e confeitarias

O presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Paraná (Sipcep), Vilson Felipe Borgmann, destaca que a alta do trigo já era esperada. Ele diz que a maior oscilação deve ser para pães do que para confeitaria, por conta da redução do consumo desses últimos produtos durante a crise econômica dos últimos três anos.

"Não temos muito que fazer: a correção de preços é necessária para o agricultor continuar a plantar trigo. E o Paraná precisa dar esse incentivo para não depender das importações, que custam ainda mais caro",

Fonte: Gazeta do Povo


COMPARTILHE: