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Os preços de exportação do trigo russo atingiram o ponto mais baixo desde meados de setembro em meio à concorrência do Hemisfério Sul

O mercado russo de exportação de trigo tem apresentado uma tendência notável de queda desde meados de novembro, impactando principalmente o trigo com 12,5% de teor de proteína.


De acordo com o monitoramento de preços realizado pela SovEcon, os preços de exportação Free On Board (FOB) para esse tipo específico de trigo russo tiveram uma diminuição de US$ 4 por tonelada métrica, ficando na faixa de US$ 228 a US$ 230 por tonelada métrica.

Essa recente queda nos preços levou as cotações ao ponto mais baixo observado desde meados de setembro.


O principal fator que contribui para esse enfraquecimento da estrutura de preços é a intensificação da competição global.


Especificamente, a oferta russa está atualmente enfrentando forte pressão competitiva devido a grandes suprimentos de trigo provenientes de duas nações exportadoras agrícolas-chave: Austrália e Argentina.


A maior disponibilidade e os preços competitivos do trigo australiano e argentino no mercado internacional estão obrigando os exportadores russos a reduzir seus preços para garantir vendas e manter a participação de mercado, segundo a SovEcon.


Essa dinâmica destaca o atual excesso de oferta no mercado global de trigo e a intensa rivalidade entre os principais exportadores.


Competição intensificada

Os preços de exportação do trigo russo estão sofrendo pressão de queda, impulsionada principalmente pelas previsões cada vez mais otimistas de safras provenientes dos principais produtores do Hemisfério Sul, disse a SovEcon.


Esse aumento esperado na oferta global está diminuindo a competitividade dos grãos russos no mercado internacional.


Especificamente, a Bolsa de Grãos de Buenos Aires divulgou uma estimativa altamente positiva para a safra de trigo da Argentina para 2025-26, projetando uma produção recorde de 25,5 milhões de toneladas métricas (mmt).

Uma colheita tão substancial de um dos maiores exportadores de trigo do mundo contribuirá significativamente para os estoques globais.


Da mesma forma, na Austrália, o Bureau Australiano de Economia e Ciências Agrícolas e de Recursos (ABARES) prevê uma produção robusta de trigo.


A projeção atual deles é de 35,6 mmt, um volume que, se realizado, garantiria a posição de a terceira maior safra de trigo já registrada no país.


Os preços caíram tanto na Argentina quanto na Austrália desde meados de novembro.


Na Argentina, o preço caiu US$ 7 por tonelada métrica, para US$ 208 por tonelada métrica de FOB, enquanto na Austrália, caiu US$ 4 por tonelada métrica, chegando a US$ 249 por tonelada métrica de FOB.


Hesitação do comprador e perspectiva global de ações

“Grandes compradores de trigo podem em breve suspender as compras enquanto aguardam a safra do Hemisfério Sul chegar ao mercado”, disse a SovEcon.


Isso diz respeito principalmente ao Egito, o principal comprador de trigo da Rússia.

Foi noticiado na mídia durante novembro que o Egito garantiu um fornecimento suficiente de trigo para atender à sua demanda interna até o final de fevereiro de 2026.

As vendas lentas para agricultores estão sustentando os preços em muitas regiões.


Isso ocorre porque os agricultores frequentemente não estão dispostos a vender seu trigo aos preços atuais, que frequentemente estão próximos ou abaixo dos custos de produção, segundo a SovEcon.


Estoques globais relativamente baixos de trigo são outro fator contribuinte.


A SovEcon estima que a proporção estoque/uso dos principais exportadores está projetada em 16,6% nesta temporada.


Embora esse valor seja um pouco maior do que nas duas temporadas anteriores (15,1–15,4%), permanece consideravelmente abaixo do pico de 19,4%.


“A forte safra do Hemisfério Sul pode ainda não estar totalmente incluída no preço”, disse Andrey Sizov, diretor-gerente da SovEcon.


No entanto, dado o histórico baixo das ações, o potencial de queda para os preços globais parece limitado.


Fonte: Invezz


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