Os preços do trigo na bolsa de Chicago subiram, mas as perspectivas de produção ainda são favoráveis, o que deve manter as cotações em baixa. Os lotes do cereal para março fecharam em alta de 1,05%, cotados a US$ 6,0150 o bushel.
A alta desta quinta-feira não deve mudar a tendência de queda que se arrasta há meses. O trigo ainda tem influência da produção que é escoada pelo Mar Negro, principalmente por Rússia e Ucrânia. Neste último, as expectativas de oferta são otimistas, a despeito dos problemas de infraestrutura causados pela invasão russa.
“Tudo aponta para uma safra de mais de 20 milhões de toneladas de trigo na Ucrânia, um nível menor que o visto no período pré-guerra, mas longe de ser uma safra ruim. Esperamos uma redução de somente 60 mil toneladas se comparado com a safra anterior, que teve uma produtividade recorde”, diz, em relatório, Alef Dias, analista da Hedgepoint Global Markets.
“As elevadas exportações ucranianas também têm sido uma força baixa para os contratos futuros, dado que quanto mais o país consegue exportar o seu trigo barato, menos os países importadores precisam comprar de fontes mais caras”, acrescenta o analista.
Milho
O milho se manteve praticamente estável na bolsa de Chicago, mesmo com fundamentos de alta sólidos. Os lotes com entrega para março fecharam a sessão em leve queda, de 0,22%, a US$ 4,44725 o bushel.
Os preços perderam força a despeito do aumento da demanda pelo cereal americano. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) disse que as vendas de milho totalizaram 1,2 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 25 de janeiro, aumento de 26% no comparativo semanal.
A falta de chuvas e o aumento das temperaturas na Argentina seria outro ponto de sustentação, mas no momento, os agentes de mercado estão com foco mais voltado para os números da colheita americana em 2023/24.
“Os EUA deverão colher uma safra recorde, de quase 390 milhões de toneladas. Já os estoques podem crescer quase 60% nesta safra. Como o país é o maior produtor de milho do mundo, o balanço americano exerce grande influência nesse mercado [em Chicago]”, destaca Francisco Queiroz, analista da consultoria Agro do Itaú BBA.
Fonte: Globo Rural