O destaque do último relatório do USDA foi para Rússia que teve aumento da produção em 5,9% em relação à projeção de outubro totalizando 90 MM de toneladas, somatória que se aproxima da produção recorde da safra anterior, de 92 MM de toneladas.
Esse volume de oferta originário do Mar Negro tem pressionando as cotações do trigo nas principais praças, além disso, outro fator que influenciou negativamente os preços do cereal foram as cotações do milho, que perderam sustentação em função do balanço mais folgado frente às safras anteriores. Logo, sob a conjuntura atual, os preços futuros em Chicago não devem ter grande suporte. Contudo, vale destacar que a lavoura de trigo de inverno plantada pode sofrer com as nevascas no Hemisfério Norte impactando na oferta no ano que vem.
No Brasil, com as lavouras remanescentes de trigo a serem colhidas, o clima ainda será chave nas próximas semanas. O excesso de chuvas pode impactar ainda mais a oferta do cereal de qualidade e os preços domésticos.
Do ponto de vista de mercado, há dois fatores positivos para preços do cereal, um deles, foi a abertura do leilão do governo federal para adquirir o cereal aos preços mínimos, superiores aos vigentes, contudo foi um volume limitado e que corresponde a 7% da produção e a aderência dos produtores foi cerca de 50% do volume do edital.
O outro ponto é a possibilidade de os preços irem em direção à paridade de importação, visto que a indústria precisará aumentar as compras externas a fim de abastecer o mercado local com farinha de qualidade padrão, e, vale destacar que a safra da Argentina ainda pode ser penalizada.
Os preços parecem ter atingido seu piso, contudo sem grandes espaços para altas significativas. E não podemos deixar de considerar o fato de que o trigo russo também já apresenta competividade no mercado local, mesmo com a TEC impondo um teto às cotações internas.
Fonte: O Presente Rural