O ano de 2023 está sendo o mais chuvoso em décadas. Devido ao El Niño, fenômeno que deve continuar agindo até pelo menos o próximo inverno, as chuvas no sul do país castigam as lavouras. Com períodos seguidos de precipitações, as plantas não conseguem obter bom desenvolvimento. As poucas que evoluem, sofrem com as doenças pela umidade.
Para agravar, o agricultor não consegue entrar na lavoura para dar o correto manejo. No atual momento, trigo e cevada são as culturas afetadas pelo clima. O assunto foi abordado dentro do programa Cotações e Mercado, no último domingo, na Uirapuru. O programa, apresentado por Jair Ineri Lazarotto, fez uma análise do atual impacto na redução da safra de trigo.
O engenheiro Agrônomo Luciano Remor explicou que a colheita do trigo do cedo já foi concluída em muitos locais, mostrando produtividade de 54 sacas por hectare, quando o normal seria de 70 a 80 sacas por hectare. Falando do aspecto econômico, Luciano explicou que o investimento por hectare de trigo, na produção, está em R$4.100 por parte do agricultor. Com o preço atual, vendendo 50 sacas por hectare, ao preço atual de R$50 por saca, o produtor receberia R$2.500 reais por hectare, obtendo assim um prejuízo de R$1.600 por hectare.
Remor prevê que o impacto será maior, porque o trigo não terá boa qualidade, alcançando preço ainda inferior que o atual. Com isso, a projeção na região será de uma perda na casa dos R$2,7 mil por hectare . O prejuízo acumulado, entre os produtores em uma área de 3.7 mil hectares de trigo e cevada, beira os R$10 milhões, conforme Remor.
Fonte: Rádio Uirapuru