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Produtores de trigo apostam na quebra paranaense para os preços melhorarem

O mercado brasileiro de trigo registrou negócios pontuais ao longo de todo o mês de setembro.


Conforme o analista de Safras & Mercado Elcio Bento, o sentimento dos agentes é de cautela e as pontas compradora e vendedora estiveram desencontradas ao longo do período.


A indústria, bem abastecida, oferta menores preços e tem, ainda, ao seu favor a pressão sazonal de oferta, com a entrada da safra brasileira.


Os produtores não aceitam as cotações mais baixas ofertadas pela indústria, acreditando que a quebra de safra no Paraná possa garantir melhores valores mais adiante.


Importações “significativas”

O Brasil enfrenta desafios contínuos no mercado de trigo, com quebras de safra pelo terceiro ano consecutivo, agravadas por fatores climáticos como geadas e seca.


A produção nacional, particularmente no Paraná, caiu, exigindo importações significativas, estimadas em 6,5 milhões de toneladas, para atender à demanda interna.


O clima segue no radar dos agentes, assim como o câmbio.


A pressão do trigo russo, com preços baixos, e o impacto da colheita argentina também influenciam o mercado.


Conforme Bento, intervenções governamentais podem ser necessárias para estabilizar os preços durante a entressafra.


Colheita, um quarto realizada

A colheita das lavouras da safra 2024 atingiu 25,1% da área estimada nos oito principais estados produtores, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul, que representam 99,9% do total.


É o que releva levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 22 de setembro.


Na semana anterior, a ceifa estava em 17,9%.


Em igual período do ano passado, o número era de 29%.


Paraná, -18%

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita da safra 2023/24 de trigo do estado atingiu 48% da área estimada de 1,155 milhão de hectares.


Ela deve ficar 18% abaixo dos 1,415 milhão de hectares cultivados em 2023.


Segundo o Deral, 25% das lavouras apresentam boas condições, 41% situação média e 34% ruins, entre as fases de crescimento vegetativo (1%), floração (9%), frutificação (33%) e maturação (57%).


No dia 16 de setembro, a colheita tinha 34% dos trabalhos concluídos, com 30% das lavouras em boas condições, 38% em situação média e 32% ruins, nas fases de crescimento vegetativo (3%), floração (10%), frutificação (34%) e maturação (53%).


RS, bom desenvolvimento

Na última semana, a Safras News atualizou as informações sobre a produção de trigo em quatro importantes regiões do Rio Grande do Sul.


Conforme fontes da Emater/RS, as regiões administrativas de Passo Fundo, Ijuí e Frederico Westphalen têm bom potencial produtivo.


Mais sobre o cereal em Trigo gaúcho segue em bom desenvolvimento

Fonte da Cotrijuc, em Júlio de Castilhos, na região central do estado, disse à Safras que a situação também é positiva e a expectativa é de clima favorável até a colheita.


De um modo incipiente, as primeiras áreas podem ser ceifadas no estado dentro de 15 dias.


O clima têm sido favorável sobre a maior parte das lavouras.


A sanidade da cultura também é boa, com os produtores gaúchos realizando os manejos adequadamente.


A incidência de doenças é baixa nesta safra e está devidamente controlada.


Argentina, safra maior

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires estimou a produção de trigo na Argentina em 18,6 milhões de toneladas em 2024/25.


A safra seria 23,2% superior à anterior.


A área plantada foi de 6,3 milhões de hectares, superando em 6,8% a superfície do ano passado.


A participação do cereal no Produto Interno Bruto (PIB) do país é estimada em 8%


Fonte: Safras & Mercado e A Granja Total Agro 


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