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Queda nos preços do trigo no Brasil reflete safra histórica na Argentina

Produção histórica na Argentina, principal fornecedora do cereal ao Brasil, já impacta cotações em estados-chave como RS e PR. Cepea também aponta efeito cambial no cenário de baixa.


A colheita de trigo avança com força na Argentina e já provoca reflexos diretos no mercado brasileiro. Segundo dados divulgados pela Bolsa de Cereales em 27 de novembro, a safra no país vizinho foi revisada para cima e pode atingir 25,5 milhões de toneladas – volume inédito que supera em 1,5 milhão de toneladas a estimativa anterior e estabelece novo recorde histórico, superando as 22,4 milhões da temporada 2021/22.


A expectativa de um excedente exportável robusto pressiona os preços internos no Brasil. “Com a safra volumosa na Argentina, os agentes do mercado nacional já observam tendência de queda nos preços, ampliada também pela valorização do Real frente ao dólar”, explicam os pesquisadores do Cepea em nota técnica.


Queda nas cotações no Sul do Brasil


No Rio Grande do Sul, um dos principais estados produtores e consumidores do cereal, o preço médio em novembro caiu para R$ 1.044,82 por tonelada. Isso representa recuo real de 8,2% frente a outubro deste ano e de 17,1% na comparação com novembro do ano passado. Segundo o Cepea, é a menor cotação registrada desde fevereiro de 2018, considerando valores corrigidos pelo IGP-DI.


No Paraná, o movimento também foi de retração. A média no estado ficou em R$ 1.196,69/t em novembro, com queda de 1,6% frente ao mês anterior e de 15,9% em relação ao mesmo período de 2024. É o menor patamar desde outubro de 2023.


Contexto de mercado e próximos passos


A forte colheita argentina acontece em um momento de relativa estabilidade da demanda doméstica no Brasil, o que amplia os efeitos da maior oferta externa. Além disso, a relação cambial mais favorável à moeda brasileira contribui para a queda no custo de importação, tornando o trigo nacional menos competitivo.


Fonte: Agrolink


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