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Reformas e ajuste fiscal darão suporte para crescimento do agronegócio na próxima década, diz estudo

O agronegócio brasileiro, responsável em grande parte pelo início da recuperação econômica brasileira em 2017, continuará como um dos protagonistas no cenário internacional. Essa é uma das conclusões do "Outlook Fiesp 2027 - Projeções para o Agronegócio Brasileiro", levantamento elaborado pelo Departamento do Agronegócio (Deagro) da Fiesp, que reúne as projeções do setor para a próxima década, em termos de produção, produtividade, área plantada, consumo doméstico e exportações.

O documento destaca que o cenário brasileiro para 2018 é de retomada mais consistente da economia . "O desempregodeve continuar a trajetória de queda e a taxa básica de juros tende a car em patamar historicamente baixo. No curto prazo, o setor de alimentos estará entre os mais beneciados pela recuperação do poder de compra da população, com impacto positivo no consumo de produtos que dependem mais do mercado interno.

É o caso das proteínas animais, como as carnes e os derivados do leite, e também dos alimentos mais elaborados", aponta o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Para o dirigente, no horizonte projetado, as reformas estruturais já feitas e as que ainda virão darão maior eciência ao Estado e abrirão caminho para implementar políticas modelo mais robusto.

Com novos cortes na taxa básica de juros - e sua permanência em nível adequado o custo do governo  para a equalização do crédito rural tenderá a cair, o que abrirá espaço para nalmente haver um seguro de renda." Por outro lado, o estudo aponta que neste cenário, o real tende a car mais valorizado em relação ao dólar, o que deve signicar margens apertadas aos produtores, como ocorreu em 2017, exigindo investimentos cada vez maiores em tecnologia e gestão. Produtos agrícolas De acordo com o documento, o cenário do último ano foi marcado pela grande variação entre as safras 2015/16 e 2016/17.

Na primeira, as baixas produtividades tanto da soja quanto, principalmente, de milho, provocaram escassez no mercado interno. No caso do milho, os preços explodiram, prejudicando as cadeias das carnes. Na safra 2016/17, a oferta foi abundante, fruto das excelentes produtividades em praticamente todas as principais regiões produtoras do País, que proporcionaram uma safra recorde.

Também houve boas safras em outros países importantes, como os EUA, o que pressionou para baixo os preços internacionais. Da mesma forma, no açúcar, as cotações recordes em 2016 passaram para um cenário de preços mais baixos em 2017.

A valorização da moeda brasileira em relação ao dólar também não contribuiu para uma melhor precicação dos produtos agrícolas em geral. "Apesar do risco climático inerente ao setor, projetamos uma menor volatilidade externa nos mercados agrícolas, após uma estabilização dos preços das commodities em geral.

No mercado interno, a despeito do risco político devido às incertezas quanto as eleições de 2018, trabalhamos com o cenário de retomada do crescimento econômico", observa o gerente do Deagro, Antonio Carlos Costa. Segundo o estudo, a produção brasileira de carne bovina deve alcançar 11,2 milhões de toneladas em 2027, alta de 21% no período projetado.

A perspectiva para o produto é também positiva em relação ao consumo doméstico, que deve atingir 8,7 milhões de toneladas e às exportações líquidas, com 2 milhões de toneladas, aumentos de 14% e 53% na próxima década. Já o segmento de lácteos deve alcançar a produção de 46,2 bilhões de litros de leite, o que representa um incremento de 37%. Para a soja, a projeção do Outlook Fiesp para a safra 2026/27 é de crescimento de 27% na produção. O consumo doméstico e as exportações também devem se manter em ascensão, com 15% e 43% de crescimento, respectivamente.

Se o documento avalia que a continuidade da agenda reformista tende a manter a moeda brasileira valorizada, alguns produtos como o açúcar, o café e o suco de laranja não sentirão tanto o efeito da valorização do real, posto que seus preços internacionais tendem a subir em dólar com o fortalecimento da moeda nacional, dada a alta participação das exportações brasileiras no mercado mundial. "Para essas culturas, esse cenário tende a manter os insumos com preços mais baixos, além de promover a desalavancagem das empresas que detêm dívidas cotadas em dólares. Nesse sentido, as margens podem até melhorar", destaca Costa.

Fonte: Infomoney
 


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