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Safra gaúcha de trigo tem 27% da área colhida, mas produtividade varia nas regiões

A colheita do trigo avançou de forma acelerada em grande parte das regiões produtoras do Rio Grande do Sul, impulsionada pelo tempo seco e pelos ventos constantes, segundo o boletim semanal da Emater/RS-Ascar divulgado nesta quinta-feira (30/10). A produtividade nas diferentes regiões, no entanto, varia amplamente.

De acordo com o levantamento, as condições climáticas favoreceram a redução da umidade dos grãos e o desempenho das máquinas no campo. Cerca de 27% da área cultivada já foi colhida, enquanto 42% das lavouras estão em maturação, 28% em enchimento de grãos e 3% em floração. A área total cultivada no Estado é estimada em 1,14 milhão de hectares, com produtividade média de 3.261 kg por hectare.

As produtividades observadas até o momento variam entre 2.100 e 4.200 quilos por hectare, refletindo diferenças no regime de chuvas, no manejo e no nível tecnológico das propriedades. Em geral, o desempenho das lavouras é considerado positivo, especialmente onde as plantas mantiveram boa sanidade e baixa incidência de doenças fúngicas.


Nos campos em maturação, a qualidade dos grãos é satisfatória, com peso hectolitro (PH) entre 78 e 84 pontos, faixa considerada comercial. Em algumas localidades, porém, a ocorrência de chuvas excessivas reduziu pontualmente o rendimento e o PH, principalmente onde a colheita foi retardada.


O boletim também destaca heterogeneidade entre talhões, com melhores resultados em áreas de maior investimento e queda de produtividade em cultivos que utilizaram menos insumos ou sementes não certificadas.


Na Fronteira Oeste, por exemplo, o volume elevado de chuvas desde setembro afetou parte das lavouras ainda não colhidas, levando produtores a recorrer ao Proagro para cobertura de perdas. Já nas regiões de clima mais seco, o ciclo da cultura foi acelerado, antecipando a maturação das lavouras.


Na comercialização, o preço médio da saca de 60 quilos apresentou queda de 2,29% em relação à semana anterior, passando de R$ 61,50 para R$ 60,09, segundo o levantamento semanal da Emater/RS-Ascar.


Canola

A produtividade da canola no Estado, assim como a do trigo, registra ampla variação, influenciada pelas diferenças no regime de chuvas e na radiação solar durante o florescimento e o enchimento dos grãos. As médias regionais situam-se entre 1.300 e 1.700 quilogramas por hectare.


Segundo o boletim, o produto apresenta bom padrão de granulação e teor de óleo, o que favorece a destinação à indústria de extração. Apesar de uma redução estimada de 4,5% na produtividade média em relação à safra anterior, a Emater indica que a cultura mantém atratividade e potencial de expansão nos próximos ciclos.


Aveia-branca

A colheita da aveia-branca está em fase final no Estado, com a maioria das lavouras já maduras.


A produtividade nas diferentes áreas permanecem dentro das expectativas iniciais, variando entre 2.100 e 2.400 kg por hectare, e a média estadual está estimada em 2.445 kg/ha. O desempenho é considerado satisfatório e reflete o bom desenvolvimento da cultura ao longo do ciclo.


A Emater registrou ocorrências pontuais de ferrugem em algumas regiões, controladas com o uso de fungicidas, sem impacto significativo sobre o rendimento. No total, o Estado conta com 393.252 hectares cultivados com aveia-branca.


Cevada

As lavouras apresentam desempenho apropriado na etapa final do ciclo, e a maior parte das áreas está em maturação fisiológica.


A Emater/RS-Ascar estima área cultivada em 31.613 hectares e produtividade em 3.458 quilos por hectare e produtividades médias entre 3.400 e 4.000 quilos por hectare.


Fonte: Globo Rural


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