O trigo liderou o movimento de queda nos preços dos grãos na bolsa de Chicago. Os lotes do cereal com entrega para março terminaram a sessão desta quinta-feira (15/2) em baixa de 3,16%, cotados a US$ 5,67 o bushel.
Os números de plantio de trigo nos Estados Unidos para a safra 2024/25 tiveram pouco efeito sobre as cotações. Os americanos deverão semear 19,02 milhões de hectares na nova temporada, abaixo dos 20,06 milhões de hectares do ciclo passado, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
“A estimativa de área veio em sintonia com as expectativas de mercado. Além disso, a Rússia vem exportando trigo a preços mais competitivos em relação aos Estados Unidos, e isso acaba pressionando as cotações”, observa Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios.
Ainda segundo ele, a proximidade do fim da entressafra de trigo nos EUA é outro fator de baixa para a commodity e evidencia o quadro de uma produção confortável. Os dados de demanda pelo cereal americano completaram o quadro de queda para a sessão desta quinta-feira. As vendas líquidas somaram 349,3 mil toneladas na semana do dia 8 de fevereiro, 8% a menos que no período imediatamente anterior, segundo o USDA.
Milho
Os preços do milho também caíram na bolsa, apesar das indicações de que os Estados Unidos devem plantar uma área menor e produzir menos na temporada 2024/25. Os lotes para março fecharam a sessão a US$ 4,1775 o bushel, recuo de 1,53%.
Em suas primeiras projeções para a safra americana, o Departamento de Agricultura do país estima uma área plantada de 36,83 milhões de hectares, inferior as 38,28 milhões de hectares no ciclo 2023/24. Já a produção deve atingir 383 milhões de toneladas, quase 7 milhões de toneladas a menos que o previsto para a temporada 2023/24.
“A redução de área já era dada como certa pelo mercado, por isso não teve efeito sobre as cotações. Sobre a colheita, a redução pode ser considerada pontual em face ao tamanho da área prevista pelo USDA”, comenta Ale Delara.
Na visão dele, ainda que os preços do milho estejam nos menores patamares em mais de três anos, as indicações de aumento na oferta no curto prazo devem provocar novos recuos em Chicago.
Fonte: Globo Rural