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Trigo: aumento nos estoques dos EUA derruba preço em Chicago

Um balanço de trigo mais folgado combinado com o aumento das exportações da Ucrânia trouxeram um peso negativo para os preços na bolsa de Chicago. Os contratos que vencem em maio caíram 1,21%, negociados a US$ 5,5175 o bushel.


De acordo com Alef Dias, analista da Hedgepoint Global Markets, uma das razões da queda está nos números de estoques finais americanos. Nesta quinta, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aumentou sua projeção para as reservas do país, que passou de 18,30 milhões de toneladas no mês passado, para 18,98 milhões. O dado veio acima das estimativas de analistas, que esperavam 18,64 milhões de toneladas.


“Além da questão dos estoques, Chicago respondeu também ao bom momento das exportações de trigo da Ucrânia, que estão bastante competitivas em comparação com as da Europa e da Rússia”, afirma Dias.


Ele acrescenta que os ucranianos vêm conseguindo dar vazão as suas exportações desde o final do ano passado, mesmo com a continuidade da guerra contra a Rússia. Por essa razão, o USDA prevê um volume cada vez maior para as exportações do país. No relatório de abril, a estimativa de embarques ucranianos ficou em 17,5 milhões de toneladas, 500 mil toneladas a mais que o previsto no mês passado.


Dentro de um contexto de oferta elevada, Dias vê os preços do trigo em um momento de queda na bolsa, diante de condições favoráveis para a safra nos EUA.


“A qualidade das lavouras melhorou muito em relação ao ano passado. Há preocupações com o impacto do clima nas safras da Europa, Rússia e Ucrânia. Mas, por enquanto, as perspectivas para a produção são boas”, observa.


Milho


As mais recentes estimativas para a safra global de milho tiveram pouco impacto sobre os preços na bolsa de Chicago, que devem se manter em tendência de queda. Os lotes do cereal para maio caíram 1,27%, a US$ 4,2875 o bushel.


O USDA divulgou novas projeções para a oferta e demanda global de milho. A principal alteração foi na perspectiva para a produção da Argentina, 1 milhão de toneladas abaixo do projetado no mês passado, ficando em 55 milhões de toneladas. O número ficou próximo das apostas de analistas de mercado, que esperavam uma safra de 55,3 milhões de toneladas.


Os agentes também estavam atentos aos números dos estoques de milho nos EUA ao fim da temporada 2023/24. O dado oficial indicou um volume de 53,90 milhões de toneladas, enquanto analistas previam 53,47 milhões de toneladas. As projeções para os estoques caíram na comparação com o mês passado, quando USDA previu 55,17 milhões de toneladas.


Em meio a reservas robustas do cereal em silos americanos, o mercado ignorou os cortes na produção do Brasil feitos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estatal reduziu suas projeções de 112,75 milhões no mês passado para 110,96 milhões no relatório desta quinta. Enquanto isso, o órgão americano manteve suas projeções de março, e espera uma colheita de milho no Brasil de 124 milhões de toneladas.


Fonte: Globo Rural


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