Os preços do trigo subiram pela segunda sessão consecutiva ainda com investidores analisando os dados sobre a demanda pelo cereal americano. Os contratos para março fecharam hoje (15/12) em alta de 2,19%, ou 13,50 centavos, para US$ 6,2925 por bushel.
Nesta semana, dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mostraram que o saldo líquido de vendas do cereal do país atingiu 1,508 milhão de toneladas, sendo esta a maior venda semanal do ano comercial para o trigo americano, destaca relatório da T&F Consultoria Agroeconômica.
Além disso, ressalta a empresa, a recente desvalorização do dólar beneficiou o aquecimento da demanda. Ontem (14), a moeda americana atingiu a mínima em quatro meses.
“A desvalorização do dólar em relação ao euro também deu algum suporte aos preços, visto que este movimento proporciona maior competitividade aos americanos em um momento aquecido do mercado internacional”, diz a T&F.
Milho
Os preços do milho subiram na bolsa de Chicago, acompanhando a valorização do trigo. Os contratos para março fecharam em alta de 0,78% (3,75 centavos) para US$ 4,83 por bushel.
Como os dois cereais competem no mercado, já que são utilizados como matéria-prima na indústria de ração, geralmente há uma correlação de preços.
Afora isso, a volatilidade no mercado da soja também resulta em momentos de valorização para o milho, de acordo com Enio Fernandes, analista da Terra Agronegócios.
“Do final do ano até o mês de fevereiro, o milho pode subir principalmente pela relação de preços com a soja, e como ela impacta a decisão de plantio para a próxima safra [2024/25] nos Estados Unidos”.
Segundo Fernandes, o milho no entanto tem um teto para as cotações, diante de uma ampla oferta do cereal americano.
“É muito difícil as cotações subirem acima de US$ 5 por bushel, uma vez que os estoques nos EUA estão em 54 milhões de toneladas. Se o preço avançar muito, as reservas começam a ser vendidas”, diz Fernandes.
Fonte: Globo Rural