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Trigo e milho têm forte queda na bolsa de Chicago

Com grandes países produtores em um momento de pico na colheita de trigo, os preços mantêm tendência de baixa na bolsa de Chicago. Nesta segunda-feira (21/8), os contratos do cereal para dezembro fecharam em queda de 2,11%, negociados a US$ 6,2550 por bushel.


“Estamos em um momento em que o mercado olha mais para a oferta do que para questões como a guerra entre Rússia e Ucrânia. Temos países como Estados Unidos, Canadá e França aumentando a disponibilidade de trigo no curto prazo”, destaca Jonathan Pinheiro, gestor de risco de trigo da StoneX.


O sentimento de oferta maior cresceu após a Ucrânia anunciar um acordo com a Romênia para elevar a exportação de grãos ucranianos, atravessando o território romeno.


“A Ucrânia segue buscando alternativas para escoar a produção que deve ser a mesma em relação à temporada passada. Como eles só conseguem exportar cerca de 2 milhões de toneladas por mês, esses novos acordos dão uma certa tranquilidade ao mercado de que o trigo vai conseguir ser negociado, apesar do cenário de guerra”, acrescenta Pinheiro.


Segundo informações da Reuters, a Ucrânia já teria feito testes de navegação ao longo da costa ocidental do Mar Negro, perto da Romênia e da Bulgária, e poderia iniciar os embarques por este novo corredor, ainda que ele não seja totalmente seguro.


Milho

O milho fechou o dia com preços em queda na bolsa de Chicago acompanhando as baixas na cotação do trigo. Os contratos do cereal que vencem em dezembro caíram 2,13%, a US$ 4,8250 por bushel.


As preocupações com o clima em áreas produtoras dos EUA, que fizeram o preço subir nas últimas sessões, deram lugar a um movimento de realização de lucros. As cotações caíram também seguindo a desvalorização do trigo no mercado internacional.


Soma-se a esse cenário, os dados fracos de exportação de milho americano. As vendas externas do país atingiram 482,5 mil toneladas na semana que terminou em 17 de agosto, estima o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Esse volume representa um aumento de 5% em comparação com a semana anterior. Contudo, em relação ao mesmo período do ano passado, há uma redução de 41%.


Soja

Os prognósticos de clima adverso para as lavouras de soja dos Estados Unidos seguiram como principal fator de alta nos preços para o grão em Chicago. Os contratos da oleaginosa para novembro subiram 0,63%, negociados a US$ 13,6175 por bushel, a quarta alta consecutiva.


Com as previsões de calor acima da média e chuvas abaixo do ideal para áreas produtoras americanas, analistas esperam notícias ruins sobre a produtividade, que deverão ser divulgadas pela expedição Pro Farmer nesta semana.


“Existem muitas dúvidas sobre o tamanho das sementes de soja e milho nos campos devido ao calor extremo e baixa umidade do solo. Neste momento, o clima adverso tem um impacto mais agudo na soja”, diz a AgResource, em nota.


A demanda pela soja dos EUA aumentou, contribuindo também para a alta dos papéis futuros. Nesta segunda, o USDA informou a venda de 159,3 mil toneladas para destinos desconhecidos.


Fonte: Globo Rural


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