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Trigo: em vez de importar, Brasil pode se transformar em grande produtor

Expansão do cultivo no Centro-Oeste pode gerar um acréscimo de produção superior a 5,9 milhões de toneladasPor Igor Castanho

Com uma produção anual próxima a 6 milhões de toneladas de trigo e um consumo estimado em 11 milhões de toneladas, a indústria tritícola brasileira recorre às importações para corrigir o descompasso na oferta. "Hoje, o trigo tem duas realidades no Brasil: uma parte só consome a produção local, com pequenos complementos do mercado externo, enquanto a outra é totalmente dependente de importações", diz o consultor da Trigo e Farinhas, Luiz Carlos Pacheco.

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A inversão desse cenário passa diretamente pela expansão do trigo no Centro-Oeste do país. Conforme estimativas da Embrapa Trigo e da Embrapa Gestão Territorial, se apenas 10% das áreas de verão da região forem sucedidas pelo trigo no inverno, o país teria um acréscimo de 5,9 milhões de toneladas na produção anual.

Em uma projeção mais otimista, se 33% das áreas de soja e milho verão do Centro-Oeste fossem semeadas com trigo na safra de inverno, o incremento produtivo seria de 22 milhões de toneladas. Vale destacar que as projeções são calculadas com base apenas na produtividade do trigo sequeiro, estimada em 2,4 mil quilos por hectare. Ou seja, com os avanços da pesquisa e o avanço do plantio irrigado é possível elevar ainda mais a oferta total do produto.

Para Pacheco, a transformação é viável e não geraria choque de preços ou disputa de mercado entre os triticultores. "O trigo do Centro-Oeste seria vendido para os moinhos do Norte e Nordeste, enquanto a produção do Sul atenderia as indústrias locais e também a exportação. Isso abriria novas oportunidades para os produtores", diz o consultor.

Fonte: Farming


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