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Trigo pode voltar a subir em Chicago com aperto nos estoques globais

As cotações do trigo caíram na bolsa de Chicago, mas o balanço entre oferta e demanda deve dar impulso para a commodity no médio prazo. Na sessão desta quinta-feira (16/5), os lotes para julho caíram 0,38%, cotados a US$ 6,6325 o bushel.


Jonathan Pinheiro, analista de gestão de risco da Stonex, disse que a queda desta quinta foi motivada pela melhora nas condições do solo para as lavouras de inverno nos EUA. As áreas classificadas com algum grau de seca caíram de 28% para 25% na semana passada.


No médio prazo, no entanto, o preço pode ganhar sustentação, de acordo com Pinheiro.


“A redução dos estoques globais pode fazer o preço subir. Por mais que tenha alguma pressão com a entrada de produto da próxima safra, ela não vai se sustentar, já que o peso dos estoques para o mercado será maior”, afirma o analista da Stonex.


Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) indicou que os estoques de trigo no mundo devem somar 253,6 milhões de toneladas no final da safra 2024/25, o menor volume desde a temporada 2015/16.


Além da questão dos estoques, Pinheiro diz que o mercado segue atento com as expectativas de corte na produção da União Europeia e da Rússia, que também podem fazer a cotação reagir em breve.


“O USDA fala em uma safra russa de 88 milhões de toneladas, mas já há consultorias projetando uma colheita de 85 milhões de toneladas. Uma safra nesse patamar seria prejudicial às exportações, e por isso enxergo o trigo hoje com mais elementos de alta do que de baixa”, ressalta.


Milho

As cotações do milho seguiram a trajetória de baixa vista há tempos na bolsa de Chicago. Os papéis do cereal para julho caíram 1,19%, para US$ 4,57 o bushel.


Em meio a uma oferta confortável de milho, a demanda não mostra sinais de reação. As vendas líquidas dos EUA chegaram a 742,2 mil toneladas na semana encerrada em 9 de maio, recuo de 17% se comparado com a semana imediatamente anterior, e 14% inferior à média das últimas quatro semanas.


Soja

Por mais uma sessão em Chicago, os preços da soja ficaram praticamente no “zero a zero”. A cotação registrou leve alta, mas sem forças para sustentar esse movimento, já que a demanda se mostra deprimida. O lote da oleaginosa com entrega para julho subiu 0,23%, para US$ 12,1625 o bushel.



A procura por soja dos Estados Unidos segue aquém do ideal. O saldo líquido de vendas do país (resultado de novos contratos e cancelamentos) da temporada 2023/24 somou 265,7 mil toneladas na semana encerrada em 9 de maio. Esse volume é 38% inferior ao da semana anterior e 31% abaixo da média das últimas quatro semanas, informou o USDA.


Outro dado que limitou a valorização foi o de esmagamento de soja americana. O processamento chegou a 4,53 milhões de toneladas em abril, de acordo com Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA (Nopa, na sigla em inglês). O volume de esmagamento cresceu 15,46% na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar do avanço, analistas esperavam por um volume ainda maior, de 5 milhões de toneladas.


Fonte: Globo Rural


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