O trigo seguiu negociado com preços mais altos na bolsa de Chicago após subir quase 3% na véspera. Os lotes do cereal com entrega para maio fecharam em alta de 1,80% nesta terça-feira (19/3), para US$ 5,5250 o bushel.
Além de correções técnicas, investidores também estão de olho nos desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia, afirma Luiz Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica.
“Como as exportações de trigo no Mar Negro estão inundando o mercado no momento, os ataques russos a portos da Ucrânia, bem como a resposta ucraniana, que destruiu refinarias russas, dão algum impulso para as cotações”, afirma.
Essa alta, no entanto, é pontual, segundo o analista, já que o mercado está repleto de elementos que deverão manter a tendência de baixa para o cereal.
“As exportações americanas [de trigo] estão 35% abaixo da média dos últimos cinco anos, ao passo que analistas estão esperando mais uma safra robusta para a Rússia na próxima temporada. Isso deve segurar os preços do trigo também em 2025”, prevê Pacheco.
Soja
A soja caiu na bolsa de Chicago com a manutenção de um cenário de oferta elevada e demanda pelo grão dos EUA retraída. Os lotes para maio fecharam em queda de 0,19%, a US$ 11,8550 o bushel.
“Nesse momento, os EUA não estão vendendo praticamente nada de soja. A China está com suas importações concentradas na América do Sul, especialmente Brasil e Argentina. Diante disso, os estoques finais americanos passaram de 5,6 milhões de toneladas para 8 milhões de toneladas”, destaca Luiz Pacheco.
Ele lembra, ainda, que as expectativas para a safra brasileira, que está em fase de colheita, também é outro ponto negativo para a soja em Chicago, a despeito das indicações de quebra.
Por fim, Pacheco acrescenta que as cotações não devem oscilar muito nos próximos dias, com agentes à espera de novos dados de plantio para a safra americana em 2024/25.
Milho
O milho fechou o dia com preços mais altos. Os contratos com entrega para maio subiram 0,80%, com o valor de US$ 4,3950 o bushel.
“O milho subiu devido à falta de chuvas em áreas produtoras do Meio-Oeste americano e ainda às altas temperaturas. Já na Argentina, o excesso de umidade está retardando os trabalhos de colheita”, diz Luiz Pacheco.
Ainda segundo ele, a demanda por milho dos EUA nesse momento está aquecida, favorecendo um aumento dos preços. O total de milho inspecionado para exportação nos Estados Unidos chegou a 1,238 milhão de toneladas na semana encerrada em 14 de março. O volume aumentou 6,1% em relação à semana imediatamente anterior, apontam dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Fonte: Globo Rural