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Trigo volta a subir, enquanto soja opera estável em Chicago

O trigo volta a subir nesta manhã, em Chicago, após a interrupção de ontem quando os gestores de fundos realizaram lucros. Os papéis para julho, os mais negociados, valem agora US$ 6,8775 o bushel, 2,5% mais que no último fechamento.


“A tendência é de alta, mas do ponto de vista da gestão de risco, faz sentido realizar algumas vendas durante a alta”, disse Doug Bergman, da RCM Alternatives, justificando o comportamento dos traders ontem.


O trigo teve forte alta no início da semana e hoje, após novas geadas atingirem as lavouras russas. O receio é que comprometa parte da produtividade do maior fornecedor mundial.


Como peso contrário nos preços, nos EUA, o plantio da safra de primavera está adiantado e chegou a 61% da área até o último domingo, índice bem acima dos 35% plantados um ano antes. Além disso, as condições das lavouras de trigo de inverno se estabilizaram em relação à semana passada, com 50% das áreas em estado bom ou excelente.


Soja


A soja opera estável, enquanto os investidores aguardam dados mais concretos sobre as perdas do Rio Grande do Sul. Ontem, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ajustou para cima sua previsão de safra no país sem considerar a situação gaúcha porque os dados foram colhidos antes das chuvas. O relatório foi ignorado pelo mercado.


Para Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria, o mercado já precificou uma quebra de 2 milhões de toneladas.


“A referência de preço não muda, pois há um entendimento que haverá um novo aumento nos estoques da safra dos EUA em 2024/25. Esse passa a ser mais um vetor de pressão para as cotações de soja”, ressalta Nogueira.


O plantio da oleaginosa nos EUA alcançou 35% da área até o último domingo, um ritmo bem atrás dos 45% registrados em igual período do ano passado, informou o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).


“A perspectiva de clima para os próximos 15 dias aponta para chuvas dentro da normalidade em áreas produtoras. Por mais que tenha algum atraso no plantio, ainda é muito cedo para falar em problemas na safra”, afirma.



Nesse contexto, os papéis de soja sobem agora 0,25%, a SU$ 12,25 o bushel.


Milho


No caso do milho, a tendência de aumento na oferta nos EUA voltou a pressionar os valores do cereal na última sessão, mas agora os contratos operam estáveis, a US$ 4,715 o bushel.


Segundo Nogueira, da Céleres Consultoria, a previsão de que os estoques finais dos Estados Unidos deverão aumentar na safra 2024/25 mantém a indicação de preços mais baixos para o milho no mercado externo.


Na semana passada, o Departamento de Agricultura americano (USDA) estimou as reservas no país em 53,39 milhões de toneladas, acima das 51,36 milhões estocadas na temporada 2023/24.


De acordo com o analista, o aumento previsto nos estoques minimiza o atraso no plantio da nova safra nos EUA. Até o último domingo, os americanos plantaram 49% da área esperada para 2024/25, segundo o USDA. Na mesma data do ano passado, a semeadura alcançava 60%, enquanto a média para os últimos cinco anos é de 54%.


Fonte: Globo Rural


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