Divulgado na sexta-feira, o mais recente relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre oferta e demanda de grãos naquele país e no mundo sinalizou relações entre oferta e demanda menos folgadas que as previstas em maio nos mercados de milho, trigo e soja no ciclo 2016/17. A safra está em fase de plantio no Hemisfério Norte e, no Hemisfério Sul, a semeadura de milho e soja terá início no terceiro trimestre.
No mercado de milho, o grão mais cultivado do planeta, os ajustes efetuado pelo órgão americano, sobretudo a correção para cima na demanda global, levaram os estoques finais globais (205,12 milhões de toneladas) a representarem 20,2% da demanda total. Em maio, a mesma conta resultava em 20,5%, e em 2015/16 o percentual foi de 21,3%. Nos EUA, o resultado caiu para 16,4%, contra 17,6% em maio mas ainda cima de 2015/16 (14,4%).
No caso do trigo, segmento no qual o USDA reviu para cima colheita e consumo mundiais, os estoques finais passaram a representar 36% da demanda em 2016/17, ante os 36,1% previstos em maio e os 34,3% da temporada passada. Para os EUA especificamente, a conta passou a resultar em um percentual de 85,2%, também abaixo de maio (85,6%) e acima de 2015/16 (84%).
Na soja, as relações prometem ser um pouco menos folgadas. No mundo, o USDA passou a estimar os estoques finais globais em 20,2% da demanda total, ante 20,8% em maio. Para a temporada 2015/16, o mesmo cálculo resulta em 23,3%. No mercado americano que tem mais peso para a formação de preços na bolsa de Chicago , o USDA passou a sinalizar que os estoques finais representarão 12,7% da demanda, abaixo do estimado em maio (14,9%) e também do ciclo 2015/16 (19,9%).
As novas estimativas do USDA tiveram reflexos limitados sobre as cotações de milho e soja em Chicago na sexta-feira. Mas os preços do trigo tiveram forte alta.
Fonte: Valor Econômico
Por Fernando Lopes, Luiz Henrique Mendes e Fernanda Pressinott.