O brasileiro sente os efeitos da crise econômica pela qual o País atravessa, diariamente. Encher o tanque de com" />

Notícias setorial/mercado

Valor do pão subiu 10% em cinco cidades

O brasileiro sente os efeitos da crise econômica pela qual o País atravessa, diariamente. Encher o tanque de combustível e pagar a conta de luz, porém, não são as únicas vezes em que os aumentos constantes são sentidos no bolso. O costume nacional de ir na padaria logo cedo e pedir uma média (pão francês) recém-saída do forno também ficou mais caro recentemente.

De abril de 2015 para hoje, o preço médio do quilo do pão aumentou em mais de 10% em cinco cidades da Baixada Santista. Segundo o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santos, em Guarujá, Cubatão, São Vicente, Santos e Praia Grande, o valor passou de R$ 10,39 para R$ 11,52.

Ainda de acordo com os dados da entidade sindical, Guarujá é a cidade com o quilo mais caro da região, com R$ 12,90, em média. Santos vem na sequência, perdendo por alguns centavos, com o valor de R$ 12,22. A lista continua com Praia Grande tendo o terceiro quilo de pão mais caro das cinco cidades da Baixada Santista, com R$ 10,90 e Cubatão em quarto, com R$ 10,00. São Vicente tem o mais em conta, com R$ 9,50.

Já aqueles que compram dois pães todos os dias, gastam hoje R$ 7,00 por mês a mais do que no ano passado. Ao longo do ano, o valor chega a R$ 84,00. Esse tipo de aumento, somado a remédios, luz, água e produtos de consumo diário e compras do supermercado afetam diretamente o bolso de quem recebe o salário-mínimo, por exemplo.Segundo a média das cinco cidades, em abril de 2015 e atualmente, uma família de quatro pessoas que consome diariamente oito pães, sendo dois por pessoa, R$ 14,00 a mais para manter a rotina durante 30 dias. Ao longo do ano, são R$ 168,00 de diferença.

Segundo o presidente do Sinaspan, Dialino dos Santos Rosário, o aumento, que já é significativo, deve continuar. "Não tem alternativa. Em razão de tantos aumentos que tivemos e temos, isso acaba acontecendo. E não é só a matéria-prima. Isso chega até 30%. O problema são os outros insumos que vão no pão. O amido, por exemplo, é importado. Por isso, o valor realmente fica elevado", diz, citando a cobrança a partir do dólar da farinha de milho. 

"A tendência é subir ainda mais. Tudo que envolve trigo aumenta proporcionalmente, como macarrão e biscoitos, por exemplo, porque é a mesma matéria prima", avisa. Nessa linha, outros tipos de pão, como o de cará, e lanches, como mistos-quentes, pães na chapa e baurus, também terão aumento no valor.

Criatividade

Buscando driblar o aumento no "pão nosso de cada dia", muitas pessoas vem apelando à criatividade para substituir o alimento por alternativas mais baratas.

A técnica em nutrição Leila Dias Duarte, de 60 anos, por exemplo, comprou uma máquina de fazer pão há três meses, mesmo tendo uma panificadora na esquina de casa. De lá para cá, a moradora do Embaré, em Santos, vem economizando bastante. "Com duas pessoas tomando café de manhã e à tarde, eu gasto R$ 10,00 por mês para fazer o pão em casa. E faço variações, como pão de manteiga e pão de leite". 

Segundo Leila, a aquisição valeu a pena. "Fica bem gostoso. Ninguém sente falta do de padaria. Por mês, era quase R$ 40,00 de pão aqui. Já compensou a compra da máquina, que foi R$ 210,00".

Moradora da Ponta da Praia, também em Santos, a pensionista Regina Alba Cinta da Cruz, de 71 anos, cortou o pão de vez. "Antes eu comprava normalmente, mas agora tive que cortar. Está muito caro. Faço tapioca de manhã, que é bem mais fácil de fazer e dá para comer até com manteiga, cuscuz e até mesmo pão em casa", diz.

O pão da padaria, mesmo, virou item para ocasiões especiais, conta. "Só quando faço carne moída, por exemplo, e comemos com pão aqui em casa. De resto, não dá. Você encontra mais barato, até por R$ 7,99, mas a qualidade é ruim".

Fonte: A Tribuna


COMPARTILHE: