O 6º Encontro da Cadeia Produtiva
do Trigo de São Paulo, organizado pelo Sindicato da Indústria do Trigo no
Estado de São Paulo (Sindustrigo), na tarde do dia 10 de novembro, foi um
evento que proporcionou conhecimentos e informações relevantes para todo o
setor tritícola paulista e marcou a celebração do aniversário de 80 anos da
entidade, com o lançamento do livro “Alimento que une: trajetória da indústria
de moagem de trigo no estado de São Paulo”.
Realizado de forma online pelo
segundo ano consecutivo, o webinar contou com a participação do presidente do
Sindustrigo, Valnei Vargas Origuela, que traçou um breve panorama sobre o
evento. “O conteúdo do nosso Encontro do Trigo foi estudado com muita minúcia,
levando em consideração o momento que atravessamos. É muito importante que
todos nós do setor tenhamos uma leitura da conjuntura econômica, das
commodities e do segmento de foodservice e esse é o nosso objetivo com a
realização desse evento”, destaca.
O primeiro dos três painéis teve
como tema a “Recuperação Econômica e Riscos Pós-Pandemia”e foi ministrado pelo economista-chefe
do banco Bradesco BBI, Dalton Luis Gardiman, que detalhou o momento atual da
economia global. “O mundo vai muito bem na recuperação econômica. Num
comparativo com o nosso país, a economia mundial teve uma recessão mais
acentuada que o Brasil, mas está se reestruturando de forma mais rápida do que
nós”.
Ao longo do painel, que foi moderado
pelo vice-presidente do Sindustrigo e atual presidente do Moinho Ricardo Saigh,
Christian Saigh, o economista-chefe também explicou a situação atual do Brasil,
a partir de um olhar mais macro. “O que se vê no cenário econômico mundial, em
relação à inflação e aos juros, tem implicações no contexto dos países
emergentes, bloco em que o Brasil está inserido. Estes mercados devem
apresentar juros mais altos, impactando o crescimento destas economias”.
Mercado do trigo
O segundo painel, “Trigo:
conjuntura e Oportunidades”, teve moderação de Mauricio Ghiraldelli, diretor de
suprimentos da Correcta e dos Moinhos Cruzeiro do Sul, e trouxe Douglas Araújo,
trader trigo e milho da Sodrugestvo, para analisar global e regionalmente o
panorama do mercado do cereal.
“Num cenário em que a demanda
mundial por alimentos é crescente, tendo em vista o aumento e o envelhecimento
da população, vemos uma melhora na produtividade do trigo combinada com uma
estabilidade na área cultivada, que se encontra em patamar similar ao do fim
dos anos 1990”, explica Araújo.
De forma geral, os maiores países
exportadores de trigo, Canadá e Rússia, apresentaram perdas de produção do
cereal, de acordo com Araújo. Além disso, o trigo argentino foi destacado pelo
trader como um cereal competitivo a nível mundial, quando se fala de preços e
de qualidade.
Em relação ao Brasil, Araújo apresentou
uma estimativa de que o país terá crescimento na exportação de trigo e apontou
a volta de São Paulo ao status de maior estado importador do cereal. “São Paulo
superou o Ceará neste ano de 2021. A menor safra do trigo paulista e a menor
competitividade do trigo nacional no estado são fatores que podem explicar essa
mudança”.
Foodservice e padarias
Durante o terceiro painel do
evento, chamado “Panorama do Foodservice Brasileiro e Conceitos Inovadores de
Padarias do Mercado Paulistano”, o coordenador de projetos e especialista CREST
da Mosaiclab Gouvêa, Eduardo Bueno, e a nutricionista Cristina Souza, que atua
há mais de 20 anos na área de foodservice, conduziram a discussão sobre os
temas, com a moderação do vice-presidente do negócio de trigo da Bunge na
América do Sul, Júnior Justino.
Para explicar a situação atual do
setor de foodservice, Bueno apresentou os resultados da pesquisa CREST, maior e
mais completa do segmento no mundo. “2020 foi um ano muito desafiador para o
setor. Porém, estamos vivendo um período de retomada do foodservice desde o
segundo trimestre deste ano. No terceiro quarto de 2021, tivemos alta de 41%
nos gastos, de 31% nas visitas e compras e de 8% no valor médio desembolsado
por consumidor, em relação ao mesmo período do ano anterior”.
Estes aumentos, segundo Bueno,
foram reflexo da retomada de todos os canais de consumo de foodservice,
principalmente o On Premise, ou seja, a experiência de alimentação no
próprio estabelecimento, que teve altas de 90% nos gastos e de 70% nas visitas
e compras.
Nesse contexto, as padarias
paulistanas estão inovando e se reinventando para reconquistar o público
pré-pandemia e atrair novos consumidores para os estabelecimentos. “Nós
trabalhamos com o conceito de consumidor 5.1, ou seja, um cliente onipresente
em todos os pontos de contato com as padarias e que deseja uma experiência
perfeita, seja no atendimento presencial, seja via delivery”, explica Cristina
Souza.
Lançamento do livro
comemorativo
A história dos 80 anos de
Sindustrigo foi retratada com riqueza de detalhes no livro “Alimento que une: trajetória
da indústria de moagem de trigo no estado de São Paulo”, obra lançada durante o
evento por Valnei Origuela. Ela traz ao leitor a atuação do Sindicato ao longo
de suas oito décadas de história e remonta as origens da indústria moageira até
a atualidade.
“O livro retrata a história do
nosso segmento em São Paulo e a trajetória do trigo no Brasil. Ou seja, a obra
vai além do estado, ela traz informações complementares a respeito do desenvolvimento
do cereal a nível nacional”, finaliza o presidente do Sindustrigo.
Acesse aqui
o livro “Alimento que une: trajetória da indústria de moagem de trigo no estado
de São Paulo”.
Confira o 6º Encontro da Cadeia
Produtiva do Trigo de São Paulo na íntegra clicando aqui.